“É preciso criar medidas de proteção dos salários e rendimentos”, reclamou Jerónimo de Sousa no debate quinzenal com o primeiro-ministro, na Assembleia da República, em Lisboa, em que insistiu na ideia da proibição dos despedimentos até ao final do surto epidémico.
António Costa não deu uma resposta direta a esta reivindicação comunista, e admitiu que a crise terá “um preço” e que os esforços devem ser repartidos.
“Não vale a pena termos a ilusão de viver este período sem custos para o Estado, para as empresas e para quem trabalha. Vamos ter de dividir solidariamente estes custos”, disse.
E quanto aos idosos, Costa elogiou a resposta “em rede” da sociedade e recordou que há a possibilidade do apoio de unidades hoteleiras a esta parte da população, que tem “especial dever” de ser proteger por estarem nos grupos de risco.
Na segunda pergunta, e perante a resposta ao seu apelo quanto à proibição dos despedimentos, Jerónimo ainda admitiu oferecer a cópia de uma carta de despedimento de um trabalhador da TAP, mas optou por fazer outros desafios.
Por exemplo, de existir mais controlo sobre empresas que acusou de fazerem especulação de preços, não só nas luvas ou no gel desinfetante, mas também em setores de bens essenciais, como alimentação.
“O senhor primeiro-ministro gosta de dizer que estamos todos juntos, mas estes que decidem não estão connosco, de certeza”, ironizou Jerónimo de Sousa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 33 mortes, mais sete do que na véspera, e 2.362 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista mais 302 casos do que na segunda-feira.
O país encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira e até às 23:59 de 02 de abril.
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