Numa conferência de imprensa, e questionado por que razão afirmou, na véspera da visita oficial que efetuou em novembro a Portugal, numa entrevista ao semanário português Expresso, que quando chegou à Presidência encontrou os “cofres vazios”, João Lourenço referiu que foi a melhor forma de responder à questão.
Na resposta às declarações de João Lourenço, o ex-chefe de Estado angolano – que esteve no poder entre 1979 e 2017 – numa declaração à imprensa sem direito a perguntas, garantiu que quando deixou as funções, em setembro de 2017, tinha deixado 15 mil milhões de dólares nos cofres, numa referência às Reservas Internacionais Líquidas (RIL), à guarda do Banco Nacional de Angola, utilizadas, nomeadamente, para garantir as importações.
“O importante aqui é diferenciar o que são as RIL, a que se destinam, como devem ser geridas, e o que são os cofres do Estado e a Conta Única do Tesouro (CUT), que nada tem a ver com as RIL. A CUT continha apenas dinheiro para cinco meses de salários na Função Pública. Não houve nenhum mistério. Para mim, isso significa que os cofres estavam ‘zerados'”, disse, sem adiantar mais pormenores, uma vez que não foi permitida a réplica dos jornalistas à resposta.
Depois de suceder a José Eduardo dos Santos no cargo de Presidente da República em setembro de 2017, João Lourenço assumiu a presidência do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, partido no poder desde 1975) um ano depois.
Também em setembro, o filho do ex-Presidente angolano, José Filomeno dos Santos, foi detido em Luanda, aguardando desde então em prisão preventiva o desfecho da investigação à sua gestão no Fundo Soberano de Angola.
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