O caso entre Depp, de 58 anos, e Heard, 35, será transmitido ao vivo. Ambos devem testemunhar, juntamente com os atores James Franco e Paul Bettany e o magnata Elon Musk, entre outras celebridades.

O processo a partir de um artigo de opinião escrito por Heard e publicado no The Washington Post em dezembro de 2018, no qual ela se descreve como uma "figura pública que representa a violência doméstica" e onde conta como foi assediada pela sociedade após as suas denúncias de agressão.

"Eu insurgi-me contra a violência sexual e enfrentei a ira da nossa cultura. Isso tem de mudar", lê-se no artigo. A atriz não cita em nenhum momento Depp, com quem foi casada de 2015 a 2017. Mas o ator processou-a por difamação por insinuar que ele era um agressor e pede 50 milhões de dólares em danos.

"A insinuação do editorial de que o Sr. Depp é um agressor doméstico é categoricamente e comprovadamente falsa. O Sr. Depp nunca abusou da Sra. Heard", lê-se no processo movido pelo ator. Depp acusa Heard de procurar "publicidade positiva para si mesma" antes do lançamento do filme "Aquaman", no qual teve um papel de protagonista.

Em resposta, Heard apresentou um contraprocesso e elevou a parada para 100 milhões de dólares em indemnização, dizendo ter sofrido "violência física desenfreada e abuso" às mãos de Depp. "O processo frívolo que o Sr. Depp moveu contra a Sra. Heard mantém esse abuso e assédio", diz o processo.

A seleção do júri começa nesta segunda-feira num tribunal do condado de Fairfax, nos arredores de Washington DC. Depp entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o The Washington Post é impresso. Neste estado, as leis contra a difamação são consideradas mais favoráveis aos queixosos do que na Califórnia, onde os dois atores moram.

O julgamento, presidido pela juíza Penney Azcarate, deve durar várias semanas. As primeiras declarações poderão ser feitas na terça-feira. Depp e Heard devem testemunhar pessoalmente, enquanto outras testemunhas podem testemunhar por vídeo.

Possivelmente novos detalhes surgirão sobre a vida privada dos dois atores. A partir de 2016, Heard entrou com uma ordem de restrição contra Depp, citando alegações de abusos. O divórcio foi finalizado em 2017.

Depp perdeu um caso em Londres no qual processou o tabloide The Sun por retratá-lo como um "espancador de mulheres". O seu pedido em recurso foi negado em março passado.

O julgamento revelou detalhes sobre o relacionamento explosivo do casal, incluindo a batalha de Depp contra as drogas e o álcool.

Heard afirmou que amava o Depp sóbrio, mas que se tornava um "monstro" depois de dias de farra com medicamentos prescritos e outras drogas.

A carreira de Depp sofreu com o caso, deixando, por exemplo, o seu papel como capitão Jack Sparrow na saga "Piratas das Caraíbas". Depp também foi obrigado a abandonar o franchise "Monstros Fantásticos", baseado no livro de J.K. Rowling, autora de Harry Potter, tendo sido substituído por Mads Mikkelsen.