"É esse lado de viajante e a forma como ele transmite toda essa sua alma e a alma dos lugares que mostra que o tornaram na personalidade que ele é", afirmou Miguel Pires, em declarações à agência Lusa.

No seu entender, mais do que uma marca na gastronomia, Anthony Bourdain – que passou por Lisboa, Porto e Açores - deixa "uma marca no documentário televisivo sobre viagens e cozinha", o que fazia "com uma grande nobreza e facilidade".

O jornalista referiu que o norte-americano tinha um lado independente "fascinante" e se interessava não só pela cozinha, mas sobretudo pelo "lado político, pelo ambiente e pela história" dos lugares.

O também autor do blogue "Mesa Marcada" acrescentou que o chef, que “nunca se apresentava como tal", "procurava uma certa autenticidade" nos locais que visitava e "não ia apenas fazer turismo nem promover a cidade ou o país, não procurava o guia postal”.

Miguel Pires recordou o profissional como uma pessoa que “diz aquilo que tem a dizer e não está para estar de acordo com as normas”.

“Se for necessário, faz o que lhe apetece e sempre tentou evitar a institucionalização que muitas vezes a fama traz”, afirmou, acrescentando que terá sido esse “lado de independência” que fascinou o público.

Linhas de apoio emocional e prevenção de suicídio

Caso tenha pensamentos suicidas ou conheça alguém que revela sinais de alarme, fale com o médico assistente. Se sentir que os impulsos estão fora de controlo, ligue 112.

Outros contactos:

SOS Voz Amiga
(diariamente, das 15h30 às 00h30)
213 544 545
912 802 669
963 524 660
direcao@sosvozamiga.org

Conversa Amiga
(diariamente, das 15 às 22h)
808 237 327
210 027 159

SOS Estudante
(diariamente, das 20 às 01h)
239 484 020

Voz de Apoio
(diariamente, das 21h às 24h)
225 506 070

Telefone da Amizade
(diariamente, das 16h às 23h)
228 323 535

Telefone da Esperança
(diariamente, das 20h às 23h)
222 080 707

Departamento de Psiquiatria de Braga
253 676 055

Escutar- Voz de apoio
225 506 070

SOS Telefone Amigo
239 721 010

A Nossa Âncora
219 105 750
219 105 755

Brochura do INEM
Ler aqui.

O jornalista recordou que Bourdain era um chef relativamente desconhecido até enviar um artigo que não tinha sido pedido para a revista New Yorker.

Depois do sucesso do texto, lançou o livro “Cozinha Confidencial”, que o tornou conhecido e ao qual se somaram outros, além dos programas de televisão.

“O livro narra um pouco o submundo da cozinha, que não era muito falado ou de que raramente se ouvia falar em livros. Era sempre tudo muito bonito e ele veio revelar que em Nova Iorque aquilo era mesmo um mundo um bocadinho cão, com muitos abusos de droga e coisas do género”, referiu Miguel Pires.

Bourdain, lembrou ainda, foi chef num restaurante que pertencia a um português em Nova Iorque – José Meireles, responsável pela sua primeira viagem a Portugal, onde assistiu a uma matança do porco.

O famoso chefe de cozinha cometeu suicídio por enforcamento, confirmou hoje o Ministério Público da localidade francesa de Colmar, onde este se encontrava em trabalho.

Bourdain encontrava-se em França a trabalhar num programa sobre Estrasburgo e foi encontrado morto no seu quarto de hotel pelo chefe francês e seu amigo Eric Ripert.

A estação de televisão em que Bourdain trabalhava, a CNN, tinha avançado anteriormente com a notícia da morte referindo também as circunstâncias da morte.

"É com imensa tristeza que podemos confirmar a morte do nosso amigo e colega Anthony Bourdain", revelou a CNN em comunicado.

Com o seu premiado programa “No Reservations”, Bourdain viajou por uma série de países, à procura dos seus pratos característicos, visitando Portugal em quatro ocasiões e passando por Lisboa, Porto e Açores.