Mohammed al-Qiq, de 34 anos, foi detido em janeiro, na Cisjordânia ocupada, quando regressava de uma manifestação contra a recusa israelita de restituição de corpos de palestinianos abatidos quando faziam ataques anti-israelitas, segundo a sua esposa, Fayha Chalach.

O Exército justificou que tinha colocado o jornalista em detenção administrativa por este “continuar a ser um agente do grupo terrorista Hamas”, movimento islamita palestiniano que controla a Faixa de Gaza e que Israel qualifica de “terrorista”.

Segundo a sua esposa, Qiq começou uma nova “greve de fome ilimitada” depois desta nova detenção.

A autoridade penitenciária israelita confirmou que ele tinha parado de se alimentar.

A detenção administrativa é um regime extrajudicial, sem acusação nem processo, que cobre um período de seis meses, que pode ser renovado indefinidamente, aplicado por Israel a centenas de palestinianos.

Um porta-voz militar afirmou hoje à agência noticiosa AFP que o Exército tinha tomado esta medida de “último recurso” porque não tem outro meio “para neutralizar o perigo” que entende representar Mohammed al-Qiq.

Este jornalista da cadeia de televisão egípcia Al-Majd fora libertado em maio do ano passado, depois de ter disputado um braço de ferro com as autoridades israelitas que o deixou em estado crítico.

Na altura, realizou uma greve de fome durante 94 dias, segundo pessoas das suas relações, ingerindo ocasionalmente minerais e vitaminas, para protestar conta a sua detenção administrativa, depois de preso em novembro de 2015, acusado de envolvimento presumível com o Hamas, acusação que refutou.

Na ocasião, a mobilização em torno de Mohammed Qiq embaraçou Israel, que já tinha sido confrontado com dois outros casos de palestinianos detidos administrativamente que usaram a greve de fome para defenderem a sua posição.