“A Juventude Popular tem o seu congresso agendado para o próximo fim de semana, 28 e 29 de novembro, contudo, o presidente da JP, Francisco Mota, solicitou na sexta-feira uma reunião dos representantes dos órgãos [da JP] Conselho Nacional, Congresso, Comissão Organizadora do Congresso e Secretaria-Geral, para solicitar o adiamento do congresso eletivo”, lê-se no comunicado enviado às redações.

Fonte daquela estrutura indicou à Lusa que a reunião acontecerá na segunda-feira.

Citado na nota, o líder da JP defende que “o momento que o país atravessa, por mais que os partidos não estejam obrigados ao adiamento das suas atividades, merece dos políticos um sentido de responsabilidade e exemplo, de forma a não trair a confiança das pessoas que é fundamental para contrariar o evoluir da pandemia”.

“É fundamental que os políticos não percam a autoridade moral e política, não podendo exigir às empresas, às famílias e aos portugueses um sacrifício suplementar, e depois darem sinais contraditórios”, justifica.

Francisco Mota explicou igualmente que “o processo administrativo de eleição de congressistas, inscrições e entrega de moções” termina “na segunda-feira”, pelo que o adiamento será decidido apenas depois de concluída essa parte, “de forma a garantir que não se tenha de repetir todos os procedimentos”.

A mesma nota dá conta de que a decisão será anunciada na terça-feira, em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa.

“A JP é uma organização institucionalista, após reunir os meus pares espero poder contar com a solidariedade dos órgãos da JP para que uma vez mais possamos ser um exemplo de responsabilidade”, indica ainda.

Este congresso da JP tem como ponto principal a eleição do novo presidente da JP, depois de, em fevereiro, Francisco Mota ter assumido a liderança interina da estrutura que representa os jovens do CDS-PP.

Francisco Mota sucedeu a Francisco Rodrigues dos Santos, eleito presidente do CDS no último congresso.

O único candidato à liderança da JP é Francisco Camacho, de 27 anos, que lidera a concelhia de Lisboa daquela estrutura.

Também para o próximo fim de semana está agendado o congresso do PCP, em Loures, cuja realização o CDS tem criticado por acontecer em pleno estado de emergência.

No sábado, o presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, salientou que “a atividade política não está suspensa" e a "falta de vergonha e de respeito pelos portugueses também não”, e acrescentou que, “segundo António Costa, a lei não permite cancelar o congresso do PCP”, mas “permite cancelar deslocações, fechar negócios e confinar as pessoas em sua casa, tudo liberdades infinitamente menos importantes para o país do que um congresso do PCP”.