“Obviamente que [as estações de Estrela e Santos] são muito interessantes para a comunidade, mais do que não seja porque se aproxima uma ligação da rede de Metropolitano, mas na realidade não resolvem problema nenhum, porque mais importante do que ter acesso a uma estação de Metro é as pessoas poderem ver as suas ruas livres de carros”, disse à agência Lusa o presidente da Junta da Estrela, Luís Newton (PSD).

O Metropolitano de Lisboa vai ter mais duas estações até 2022 - Estrela e Santos —, estando previstas também estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique, embora nestes dois casos sem uma data prevista de conclusão, foi hoje anunciado.

Para Luís Newton, isto significa que “toda a zona ocidental da cidade de Lisboa, incluindo a freguesia da Estrela, continua a não estar servida e com acessibilidades adequadas aos sistemas de transporte”.

“As pessoas que vão apanhar o Metro na Estrela muito provavelmente já o faziam no Rato”, apontou.

O eleito do PSD considerou que, “para a quantidade de milhões que estão a ser investidos, não há uma tradução direta na melhoria da qualidade de vida da comunidade”.

“A cidade de Lisboa tinha aqui uma oportunidade muito grande de ter um investimento que assegurasse que um terço da cidade de Lisboa ficasse ligado à restante cidade e isso não se veio verificar”, notou.

Também ouvido pela Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, André Couto (PS), começou por criticar as alterações na informação divulgada pelo Governo sobre esta expansão, que anteriormente apontava estações em Campolide e Amoreiras até 2022.

Agora, passou apenas a prever-se uma estação nas Amoreiras e não existe data para tal.

“Não é evolução que nos agrade, mas certamente terá a sua razão de ser. Da nossa parte, não ficámos satisfeitos”, admitiu André Couto.

Para o responsável, “é fundamental que exista uma estação que sirva Campolide […] porque é uma zona da cidade que tem entradas para todas as grandes vias de acesso a Lisboa – IC19, A5, Eixo Norte-Sul, A2”.

Ainda assim, o autarca defendeu que a estação devia estar localizada “mais dentro de Campolide e não tão próxima das Amoreiras”, razão pela qual vai pedir audiências ao Governo e à Câmara Municipal de Lisboa.

Já o autarca de Campo de Ourique, Pedro Cegonho (PS), afirmou à Lusa que “é fundamental que se continue a trabalhar no sentido de garantir que exista financiamento no próximo quadro de fundos comunitários europeus para que as duas novas estações – nas Amoreiras e na Rua Ferreira Borges, junto ao quartel de Campo de Ourique – possam ser planeadas”.

“É muito importante que o Metro possa cá chegar […] no sentido de incentivar não só a quem trabalha na zona das Amoreiras e de Campo de Ourique a não trazer o carro para a cidade, mas também no sentido de quem cá viver poder ter o Metro como alternativa ao uso do transporte individual”, adiantou.

De acordo com o plano de desenvolvimento operacional da rede, apresentado em conferência de imprensa, em Lisboa, está previsto o prolongamento da Linha Amarela do Rato ao Cais do Sodré, com duas novas estações na Estrela e em Santos.

O custo desta obra é de 216 milhões de euros, com recurso a fundos comunitários e a empréstimo no BEI — Banco Europeu de Investimento.

O documento prevê também o prolongamento da Linha Vermelha entre São Sebastião e Campo de Ourique, com duas estações nas Amoreiras e em Campo de Ourique.

Este prolongamento tem um custo estimado de 186,7 milhões, mas neste caso não há uma data de conclusão prevista, "por ausência de garantias de financiamento".