Kuleba assinalou que a Ucrânia é a que “mais sofre com as atividades criminosas do Wagner”, razão pela qual também endossa a denúncia de vários países africanos, que já alertaram para a “importante ameaça que representa para a sua segurança”, após terem confirmado a presença do grupo em várias nações do Sahel.

“Devemos reconhecê-los imediatamente como uma organização terrorista. Não estão apenas a atacar Bakhmut e a destruir completamente uma grande cidade industrial, mas têm uma presença cada vez maior nos Estados africanos”, denunciou.

O chefe da diplomacia ucraniana lembrou que os mercenários russos “estão a ajudar a junta 2militar no Burkina Faso”.

“Em troca de ajuda militar, o Wagner recebeu permissão para explorar depósitos de ouro nas zonas fronteiriça com o Gana”, alertou.

Kuleba realçou que a presença do Wagner em África é a forma de a Rússia “minar” os instrumentos regionais do continente para combater o ‘jihadismo’, alegando que após a chegada do grupo ao Mali, a junta militar daquele país abandonou os Cinco do Sahel, uma iniciativa de combate ao terrorismo.

“A intervenção russa está a atrasar as perspetivas de restauração do Estado de direito no Mali e Burkina Faso e a destabilizar toda a África Ocidental”, acusou.

De acordo com o governante, o Wagner aproveita o caos da região para roubar os seus recursos e depois usar os lucros para financiar a guerra na Ucrânia.

“Essa é a conexão entre a extração de ouro pelo Wagner em África e as hostilidades conduzidas por esse grupo terrorista em território ucraniano”, sublinhou Kuleba, que tem exigido mais pressão sobre esses governos africanos que permitem a presença de mercenários russos.