"Exigimos que o senhor ministro não se esconda em relatórios, não se esconda em responsáveis de direções-gerais, não se esconda numa audição que iremos fazer de hoje a oito dias, e nos dê já uma explicação a todos", declarou o líder parlamentar, Nuno Magalhães.
Apesar da audição no parlamento do ministro Adalberto Campos Fernandes no dia 29 de novembro, os centristas querem explicações públicas imediatas.
"A ser verdade aquilo que foi noticiado, o relatório preliminar indica como fonte do surto a falta de manutenção de uma das torres do serviço público do hospital, consideramos que é da maior gravidade", argumentou o presidente da bancada centrista.
Nuno Magalhães defendeu que "não bastam desculpas", o que, "sendo uma atitude nobre é manifestamente pouco para matéria tão grave", sublinhando que "é preciso que venha dizer ao país o que realmente se passou, o que realmente foi feito para minorar e erradicar e quando é que os portugueses podem restabelecer a confiança no Ministério da Saúde".
O presidente da bancada do CDS-PP rejeita qualquer responsabilidade do anterior Governo em desinvestimento na saúde: "É este Governo que está a governar há dois anos, está a meio do mandato, é tempo de acabar com as desculpas do passado".
"É o desinvestimento deste Governo que está em causa", frisou.
Magalhães argumentou que há quase dez dias o ministro assegurou que o surto da bactéria num hospital público de Lisboa estava controlado e em fase descendente: "Infelizmente não está, estamos com mais de 54 pessoas infetadas, perderam a vida cinco pessoas".
Na quarta-feira, a diretora-geral de Saúde, Graça Freitas, disse que "há uma forte probabilidade" de se saber a fonte da infeção, mas recusou-se a especificar se foi numa torre de refrigeração de ar condicionado, apesar da insistência dos jornalistas.
A 'legionella' é responsável pela doença dos legionários, uma forma de pneumonia grave que se inicia habitualmente com tosse seca, febre, arrepios, dor de cabeça, dores musculares e dificuldade respiratória, podendo também surgir dor abdominal e diarreia. A incubação da doença tem um período de cinco a seis dias depois da infeção, podendo ir até 10 dias.
A infeção pode ser contraída por via aérea (respiratória), através da inalação de gotículas de água ou por aspiração de água contaminada. Apesar de grave, a infeção tem tratamento efetivo.
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