Nas últimas eleições legislativas, o PS obteve uma vitória folgada, com cerca de 38% dos votos, e elegeu os dois primeiros deputados pelo círculo de Évora, com o terceiro - e último – mandato a caber à CDU (o líder parlamentar do PCP, João Oliveira) por escassos mil votos de diferença em relação ao PSD.

Já nas recentes eleições autárquicas de 26 de setembro passado, assistiu-se a um crescimento do PSD, que ganhou duas câmaras neste distrito.

Ora, esse resultado assusta os socialistas, sobretudo pela possibilidade de em 30 de janeiro se poder assistir a uma repartição de um mandato entre PS, CDU e PSD, mesmo num cenário de nova uma vitória expressiva do PS.

Após um almoço rápido no centro de Évora, António Costa iniciou na parte da tarde um périplo por alguns dos principais investimentos em curso na região, começando pelas obras no novo Hospital Central do Alentejo. Obras que, segundo os socialistas, estiveram “enguiçadas” durante vários anos, que foram suspensas pelo Governo de Pedro Passos Coelho em 2014 e que agora o executivo de António Costa “desenguiçou”.

 Depois das obras do novo hospital, António Costa seguiu para o reservatório do Espinheiro, que tem em curso um projeto de rega, e para a Cooperativa Agrícola de Reguengos de Monsaraz – um dos municípios conquistados pelo PSD nas últimas eleições autárquicas.

Nas obras do novo Hospital Central do Alentejo – um projeto avaliado em cerca de 200 milhões de euros -, o secretário-geral do PS ouviu a presidente da ARS Alentejo, Filomena Mendes, dizer que a construção está concluída no final de 2023.

O hospital deverá estar pronto para funcionar em 2024, terá 360 camas (poderão chegar às 480), disporá de equipamentos tecnológicos de ponta e pretende-se que esteja preparado para responder a cuidados diferenciados de saúde para toda a população do Alentejo.

Já o hospital velho, localizado no centro de Évora, o projeto do Governo é transformá-lo numa futura faculdade de medicina e em residência universitária. A ambição é tornar Évora “um novo hub da saúde” em Portugal, de forma a deixar de ser necessário encaminhar utentes com doenças mais complicadas para Lisboa.

Para marcar logo diferenças políticas, o cabeça do PS por Évora, o ex-ministro da Agricultura Capoulas Santos, num discurso de um minuto, disse que o executivo PSD/CDS-PP de Pedro Passos Coelho decidiu suspender em 2014 este projeto, “quando já tinha financiamento garantido”.

António Costa pegou nestas palavras de Capoulas Santos para dizer que, em relação a este projeto, as coisas “nem sempre foram fáceis”.

“Quero agradecer a todos os alentejanos a paciência que têm tido por, ao longo de décadas, terem frustrada essa expectativa. Finalmente, quebrou-se o enguiço e foi possível encontrar os recursos financeiros, fazer os concursos para o projeto e para a empreitada. Finalmente a empreitada está em curso”, declarou.

Perante os jornalistas, o líder socialista insistiu no número de que, nos últimos anos, o Serviço Nacional de Saúde (SNS), foi dotado em termos líquidos com mais 28 mil profissionais.

“Ainda agora, em 01 de janeiro, entraram ao serviço mais 2204 médicos com formação geral. Este é um esforço que estamos a prosseguir, que significa investir nas carreiras, mas que implica também a existência de projetos mobilizadores que atraiam os melhores profissionais de saúde para o SNS”, declarou o primeiro-ministro.

Depois, António Costa falou que o projeto passa também por estabelecer em Évora “uma nova faculdade de medicina”.

“O país precisa de mais médicos. E, para termos mais médicos, temos de possuir maior capacidade formativa, o que implica não apenas uma faculdade, mas também um hospital com diferenciação tecnológica com as condições para poder suportar o ensino da medicina.