“Em linha do que têm sido as exigências dos trabalhadores da Autoeuropa, gostávamos de dar destaque à nossa proposta de reduzir a semana de trabalho para quatro dias e acabar com os turnos à noite e os turnos de domingo”, disse a porta-voz e cabeça de lista do MAS em Lisboa, Renata Cambra.
“Tem sido uma das reivindicações [dos trabalhadores da Autoeuropa] acabar com os turnos à noite e os turnos de domingo. Nós acompanhamos de perto o trabalho da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa e achamos que, realmente, é um setor onde é possível gerar mais emprego e acabar com turnos tão pesados”, justificou.
Renata Cambra destacou também a importância de uma “transição energética para empregar e não para despedir” na fábrica do grupo alemão Volkswagen em Palmela, no distrito de Setúbal, para que não se repitam os despedimentos que ocorreram “na Galp de Matosinhos e nas centrais termoelétricas”.
“É importante garantir que uma fábrica como a Autoeuropa, ao reconverter a sua atividade, garante os postos de trabalho e cria postos de trabalho sustentáveis”, disse.
Se, por um lado, manifestou preocupação com a transição energética no setor automóvel e, em particular, na Autoeuropa, Renata Cambra também elogiou a empresa da Volkswagen por disponibilizar transportes coletivos para os seus trabalhadores, considerando que se trata de um exemplo que deveria ser seguido por outras empresas.
“A solução para reduzir as emissões dos transportes não está no transporte individual. Tem-se falado muitas baterias de lítio, mas nós já defendemos, de forma clara, que o lítio não é solução. Se os locais de trabalho adotarem políticas deste género, de haver transporte coletivo para os trabalhadores, isso já representa uma redução de emissões [poluentes] muito importante”, frisou a porta-voz do MAS.
Quanto a objetivos do MAS nas eleições legislativas de 30 de janeiro, Renata Cambra espera eleger o “primeiro grupo parlamentar do MAS” e diz que “é preciso, e é possível, sonhar mais alto do que aquilo a que a esquerda parlamentar nos tem habituado os últimos seis anos”.
“Foram seis anos de muito pouca mobilização e a esquerda também tem a sua quota-parte de responsabilidade nisso, porque esteve mais preocupada em garantir que avançavam os interesses do PS, que acabou por aplicar maioritariamente políticas de direita. E até vimos que, muitas vezes, votaram ao lado do PSD no Parlamento”, concluiu a porta-voz do MAS.
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