As eleições legislativas antecipadas realizam-se no dia 30 de janeiro, mas no dia 23 ocorre o voto antecipado em mobilidade, tendo a Câmara do Porto (independente) previsto disponibilizar 50 mesas, mais do que duplicando o número das que estiveram disponíveis nas eleições presidenciais do ano passado, numa operação que deverá rondar os 75 mil euros.

Já em Lisboa, a Câmara Municipal (PSD) prevê “uma resposta alargada face ao último ato eleitoral”, com um total de 133 secções de voto para uma distribuição de 500 eleitores por secção, num total de 66.500 inscritos. Em 2021, nas eleições presidenciais, foram afetas 77 secções de voto concentradas num único local, na Cidade Universitária”, indicou o município de Lisboa, em resposta à agência Lusa.

Desta vez, as mesas estarão em três locais: na Escola Secundária do Restelo, no complexo de Escolas do Lumiar e na Cidade Universitária com cinco edifícios (Reitoria, Faculdades de Letras, Direito e Psicologia e Cantina Velha).

A Câmara de Coimbra (PSD) afirmou à agência Lusa que está a preparar 20 mesas para o voto antecipado (o mesmo número utilizado para as presidenciais de 2021), tendo ainda “mais 20 mesas supletivas para ativar caso o número de eleitores inscritos venha a aumentar”.

No concelho de Évora, o número de mesas de voto destinadas aos eleitores que vão votar antecipadamente também deverá aumentar para o dobro em relação às autárquicas de 2021, passando de cinco para 10, revelou à Lusa o presidente do município, Carlos Pinto de Sá (CDU).

Salientando que ainda se desconhece o número de pedidos para votação antecipada e em mobilidade no concelho, o município de Faro (PSD) estima que sejam necessárias 15 secções de voto para cumprir as regras de segurança, mais oito do que nas presidenciais.

A Câmara do Funchal (PSD) prevê instalar oito mesas destinadas ao voto antecipado em mobilidade, mais cinco do que nas eleições presidenciais (24 de janeiro de 2021), nas instalações da Reitoria da Universidade da Madeira, disse à Lusa a vice-presidente do município.

No caso de São Miguel (Açores), o voto antecipado em mobilidade vai decorrer no Coliseu Micaelense, em Ponta Delgada, que terá quatro mesas, com o devido distanciamento e cumprimento de todas as medidas previstas, como a higienização das mãos à entrada e a medição da febre corporal.

Autarcas de outros municípios também asseguraram à Lusa estarem a fazer esforços para garantir a segurança da votação antecipada em tempo de pandemia, mas em muitos deles não será difícil.

Em Barrancos, o mais pequeno do distrito de Beja, com uma só freguesia e cerca de 1.300 eleitores inscritos, “facilmente se consegue controlar a situação para evitar aglomerados”, afirmou o presidente do município, Leonel Rodrigues (CDU).

Para o voto antecipado, Barrancos terá apenas uma secção de voto, no edifício da Junta de Freguesia, e no dia das eleições terá duas secções, uma no Quintalão de Festas e outra na sede do Agrupamento de Escolas de Barrancos, frisou o autarca, assegurando que “está tudo preparado para, com maior ou menor expressão da pandemia em Barrancos, os eleitores possam ir às urnas em segurança”.

Em Boticas, no distrito de Vila Real, estão inscritos cerca de 7.500 eleitores e a garantia do presidente do município, o social-democrata Fernando Queiroga, é que “não ficará ninguém por votar” nestas eleições legislativas, quer esteja confinado ou requisite o voto em mobilidade.

Segundo explicou à agência Lusa, vai ser preparada uma mesa para o voto em mobilidade, que deverá ser suficiente, já que nas eleições presidenciais de 2021 apenas 17 pessoas votaram nesta modalidade.

O presidente da Câmara de Proença-a-Nova, João Lobo (PS), disse à Lusa que, desde as eleições presidenciais de janeiro de 2021, o município, com mais de 6.800 eleitores, tomou uma série de medidas para permitir o distanciamento físico e possibilitar o voto em segurança.

Haverá uma mesa de voto antecipado nos Paços deste concelho de Castelo Branco e no dia 30 serão 13 o número total de mesas de voto, algumas das quais foram “transferidas para edifícios que garantem essas condições”.

Os autarcas consultados pela Lusa realçam que não é possível ter o número exato de equipas necessárias para a recolha de votos de pessoas em isolamento ou confinadas, já que este número depende da evolução da pandemia e os municípios só conhecerão o número de inscritos a partir do dia 24 de janeiro.

A Câmara do Porto afirma estar previsto um “reforço” das brigadas face às eleições presidenciais, em Lisboa o município prevê “duplicar a capacidade” da recolha de votos em confinamento em relação às autárquicas de 26 de setembro, de seis para 12 brigadas de recolha, e a Câmara de Coimbra terá um mínimo de 16 equipas, compostas por funcionários do município.

Em Évora, o concelho mais populoso do Alentejo, com mais de 46 mil votantes inscritos, o presidente Carlos Pinto de Sá indicou que a autarquia ainda não recebeu orientações sobre o voto no domicílio de eleitores em confinamento, mas assegura que “seja qual for o número de pessoas que estejam confinadas” arranjará “os meios para que todas as pessoas possam votar nas condições que a lei determina”.

Cristina Pedra, vice-presidente do Funchal, adiantou que a recolha dos votos das pessoas em isolamento será coordenada com os Bombeiros Sapadores do Funchal, depois de definido o número de equipas com base no número de eleitores inscritos para o efeito, mas assegurou que “estão salvaguardados todos os recursos” necessários.

Em Barrancos, há uma equipa preparada para entregar e recolher boletins de voto antecipado de quem não conseguir deslocar-se às urnas e em Proença-a-Nova o presidente João Lobo sublinha que o município tem duas equipas alocadas à recolha de voto, que já estiveram ativas nos anteriores atos eleitorais durante a pandemia.

Em Boticas, o presidente Fernando Queiroga disse que irão para o terreno as equipas necessárias, mas nas presidenciais foram precisas apenas duas equipas mistas para recolher os votos de 10 eleitores.

Augusto Marinho, presidente da Câmara de Ponte da Barca (PSD), no distrito de Viana do Castelo, garantiu “estarem reunidas as condições” para assegurar a recolha dos votos antecipados dos eleitores “que estejam impossibilitados de o fazer presencialmente” e acrescentou que no dia da votação haverá desdobramento das mesas de voto de acordo com a realidade de cada freguesia.

“Umas mantêm o mesmo número de secções de voto. Outras, como a União de Freguesias de Ponte da Barca, Vila Nova de Muía e Paço Vedro de Magalhães, na malha urbana, passaram, já nas últimas presidenciais e autárquicas, de três para sete secções”, especificou.

As eleições legislativas decorrem em 30 de janeiro, mas os cidadãos recenseados podem votar antecipadamente, no dia 23 de janeiro, numa mesa de voto em mobilidade escolhida por si, desde que o requeiram, o que pode ser feito através do portal www.votoantecipado.mai.gov.pt.

Já as pessoas em confinamento ou isolamento devido à covid-19 e outros impedidos de se deslocar à assembleia de voto no dia da eleição, como utentes de lares ou presos, podem pedir a recolha do respetivo voto na morada onde se encontram a cumprir confinamento, o que ocorrerá entre 25 e 26 de janeiro.