André Ventura transmitiu estas mensagens num discurso que proferiu na sede do Chega, em Lisboa, depois de ter sido reeleito presidente deste partido com 94,78%, numa eleição em que votaram cerca quatro mil de um total de 20 mil militantes considerados em condições de votar.
O adversário do deputado André Ventura na corrida à liderança, o empresário Carlos Natal, obteve 5,22%.
Logo no início da sua intervenção, sem nunca se referir diretamente aos líderes do PSD, Rui Rio, e do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, nem à situação interna que atravessam estes dois partidos, André Ventura declarou: “Gostava de frisar o exemplo que o Chega hoje deu à direita nacional, sem medo de ir a votos, sem medo de disputar eleições e sem medo de assumir o seu programa e as suas disputas internas”.
O deputado único do Chega referiu depois que a sua força política “foi a votos hoje, discutiu a sua liderança, o atual presidente recandidatou-se e o partido decidiu”.
“Assim toda a direita compreendesse que não podemos pedir legitimidade externa sem antes termos legitimidade interna”, observou, recebendo palmas dos seus apoiantes.
No seu discurso, André Ventura saudou o seu opositor derrotado nas eleições diretas, mas logo a seguir exigiu unidade interna no Chega, salientando que a sua vitória “não deixa margem para dúvidas”, já que foi reeleito com cerca de 95% dos votos ao fim de quase três anos de exercício da presidência.
“Espero que todos compreendam que o partido precisa de ter unidade. Aqueles que ao longo de meses apostaram no boicote e na instabilidade espero que percebam o que os militantes hoje disseram. Os militantes podem confiar em mim para, nos próximos quatro anos, levar este partido até ao Governo de Portugal”, disse.
No plano político, André Ventura prometeu que o Chega “não se vai deixar condicionar por apelos de moderação, venham de onde vieram, nem aceitará nunca vergar-se à cultura de esquerda e de extrema-esquerda”.
“Passado este clima interno, que sempre gera divisão, apelo ao partido inteiro que entenda o momento histórico que temos pela frente. Temos na nossa mão a possibilidade de fazer história, provocando a maior alteração de sempre no sistema político português. Todos os analistas apostam num crescimento inédito do Chega. Não sejamos nós a boicotar esse crescimento”, acrescentou.
As eleições diretas de hoje decorreram depois de André Ventura se ter demitido, a 01 de outubro, da liderança do partido, na sequência da decisão do Tribunal Constitucional, que considerou que as alterações estatutárias introduzidas pelo Chega no Congresso de Évora, em setembro de 2020, foram ilegais.
Nas últimas eleições diretas para a presidência do Chega, que decorreram em março, André Ventura foi o único concorrente e venceu com 97,3% dos votos.
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