A manifestação está marcada para as 11:00, nas imediações do balcão do Novo Banco e do Banco de Portugal, na Avenida dos Aliados, e a nota dirigida à imprensa é assinada por quase centena e meia de pessoas.
“[Exigimos a] devolução imediata daquilo que nos pertence, porque foram violados os nossos perfis, fomos transformados em investidores à força, vigarizados, é a imagem das instituições, e do país no mundo, que também está em causa, bem como aos valores básicos do sistema económico, da boa fé, da palavra, da honra, da justiça, dos direitos fundamentais e da Constituição”, lê-se no comunicado,
O grupo aponta que “mesmo que fosse invocado o interesse público”, este “implica o pagamento de indemnização correspondente ao valor das poupanças à guarda do banco, na data da resolução”.
“Para além disso [as poupanças em causa] estavam garantidas com provisões, e só uma lei executada pela Assembleia da Republica que não violasse os direitos fundamentais poderia expropriar. Exigimos justiça”, refere a nota.
Esta é a terceira manifestação dos lesados do Banco Espírito Santo (BES) realizada no Porto em pouco mais de um mês.
O grupo também aponta que “este Governo não pode ser inocentado da devolução na íntegra das poupanças” que diz terem sido “roubadas aos lesados”, garantindo que o Estado “prometeu” intervir.
“Apela-se ao bom senso do Governo, BdP e Novo Banco, para a justeza da nossa razão, para a devolução imediata daquilo que nos pertence”, vinca a nota, frisando a ideia de que a “resolução de um banco deve ser feita, de forma a produzir ao mínimo os danos morais”, algo que dizem não estar a acontecer.
“Para além de muitas mortes que já ocorreram, e continuam a ocorrer, sabemos agora também que há um grande número de pessoas que estão a ser penhoradas por não poderem honrar os seus compromissos, penhoras injustas, porque foram vítimas de uma burla não vista em mais nenhum país da União Europeia e porque o Novo Banco não honrou os seus compromissos ao desviar para outros fins a provisão destinada aos clientes de retalho”, descreve o grupo.
Na terça-feira foi tornado público que o tribunal de Aveiro condenou o Novo Banco a pagar mais de 100 mil euros a um cliente a quem vendeu obrigações em dezembro de 2014, que acabariam por passar para o BES ‘mau’ em 2015 com perda do investimento.
O BES, tal como era conhecido, acabou em 03 de agosto de 2014, quatro dias depois de apresentar um prejuízo semestral histórico de 3,6 mil milhões de euros.
O Banco de Portugal, através de uma medida de resolução, tomou conta da instituição fundada pela família Espírito Santo e anunciou a sua separação, ficando os ativos e passivos de qualidade num ‘banco bom’, denominado Novo Banco, e os passivos e ativos tóxicos no BES, o ‘banco mau’ (‘bad bank’), sem licença bancária.
Comentários