O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos pediu, por seu turno, uma investigação independente às explosões, insistindo que “os pedidos de responsabilização das vítimas devem ser ouvidos”.

O porta-voz do Alto Comissariado, Rupert Colville, referiu a necessidade de a comunidade internacional ajudar o Líbano com uma resposta rápida e um compromisso sustentado.

As doações pedidas pelas agências irão juntar-se aos nove milhões de dólares (7,6 milhões de euros) já desbloqueados de fundos humanitários da ONU.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) pediu 15 milhões de dólares (12,6 milhões de euros) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) indicou pretender obter 8,25 milhões de dólares (6,98 milhões de euros) numa conferência de imprensa ‘online’, que juntou o Programa Alimentar Mundial (PAM) e os Altos Comissariados para os Direitos Humanos e para os Refugiados.

Apontando a situação já precária do país, que enfrenta uma séria crise económica, os responsáveis sublinharam a urgência de intervir nos setores da saúde e alimentar. Silos de cereais e hospitais foram destruídos na terça-feira.

“As necessidades são enormes e imediatas”, disse Marixie Mercado, porta-voz da UNICEF, evocando “até 100.000 crianças deslocadas”, segundo estimativas, escolas danificadas e “milhares” de equipamentos de proteção contra o novo coronavírus destruídos.

A OMS expressou preocupação com a escassez dos medicamentos e a sobrelotação dos hospitais, adiantando que os fundos pedidos permitiriam dar resposta também ao combate à pandemia de covid-19.

“Três hospitais já não funcionam, dois ficaram parcialmente danificados”, assim como centros de saúde, lembrou Christian Lindmeier, porta-voz da OMS.

Cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amónio que estavam armazenadas no porto de Beirute estarão na origem das explosões, que levaram à declaração da capital como “zona de desastre”. Desde quarta-feira e durante duas semanas a cidade está sob estado de emergência.