“O Presidente Trump instou o Governo do Líbano a levar a cabo uma investigação completa e transparente na qual os Estados Unidos estão prontos para cooperar”, disse o porta-voz da Casa Branca Judd Deere, em comunicado.

Donald Trump apelou, por outro lado, à calma no Líbano e reconheceu as reivindicações “legítimas dos manifestantes pacíficos para que haja transparência, reformas e prestação de contas”.

As declarações de Trump foram proferidas durante a conferência internacional de doadores para o Líbano, convocada pela França, que decorreu virtualmente.

O Presidente dos EUA insistiu que o seu país está “pronto e disposto” a prestar assistência ao país árabe na sua recuperação e concordou com outros líderes internacionais na necessidade de juntar esforços para mobilizar ajuda.

Até ao momento, Washington comprometeu-se com mais de 17 milhões de dólares em ajuda inicial para responder à catástrofe no Líbano, o que inclui ajuda alimentar e material médico.

Este montante soma-se aos 403 milhões de dólares em ajuda humanitária, dos quais 41,6 milhões de dólares para responder à covid-19, que os Estados Unidos têm fornecido ao Líbano desde setembro de 2019.

As razões da explosão das 2.750 toneladas de nitrato de amónio que estiveram armazenadas no porto de Beirute durante seis anos são ainda desconhecidas.

“No primeiro dia, pensámos que poderia ter sido um ataque. Alguns de nós especulámos que poderia ter sido, por exemplo, um carregamento de armas do Hezbollah, uma instalação de fabrico de armas… Quem sabe?” disse o secretário da Defesa dos EUA, Mark Esper, no sábado, durante uma entrevista à cadeia de televisão Fox News.

Na terça-feira, Trump tinha argumentado que a explosão foi na realidade um “ataque” com “algum tipo de bomba”, sem fornecer qualquer prova, embora um dia mais tarde Esper tivesse adiantado que “a maioria” pensava que tinha sido um acidente.

O Presidente libanês, Michel Aoun, não descartou qualquer hipótese na quarta-feira.

“Há duas possibilidades para o que aconteceu: ou negligência ou intervenção externa com um míssil ou uma bomba”, disse Aoun aos repórteres.

Durante a mesma conferência de doadores, a diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, condicionou a entrega de milhares de milhões de dólares ao Líbano ao compromisso das autoridades de levar a cabo uma série de reformas, tais como o restabelecimento da solvabilidade das contas públicas.

“O empenho nestas reformas irá libertar milhares de milhões de dólares em benefício do povo libanês. Agora é o momento para os políticos agirem de forma decisiva. Estamos prontos a ajudar”, disse Georgieva no seu discurso.

Georgieva salientou que o Líbano deve primeiro restaurar a solvência das suas finanças públicas e a solidez do seu sistema financeiro.

“As gerações atuais e futuras de libaneses não devem ser sobrecarregadas com mais dívidas do que alguma vez serão capazes de pagar. É por isso que o FMI requer sustentabilidade da dívida para conceder empréstimos”, disse.