António Domingues chegou ao parlamento cerca das 11:00, hora prevista, e esteve reunido com Ferro Rodrigues até cerca das 11:20, abandonando a sala da Presidência do parlamento sem responder a questões.
O novo presidente da CGD quis apresentar cumprimentos ao presidente dos deputados numa altura em que são muitas as notícias relativas ao valor do salário do gestor: Domingues vai ganhar 423 mil euros anuais e os vogais executivos vão auferir 337 mil euros por ano.
A estas verbas soma-se a componente variável, que pode ir "até metade da remuneração fixa", sendo o valor fixado após a avaliação do desempenho da equipa de gestão, de acordo com as informações transmitidas pelo ministro das Finanças, Mário Centeno, na semana passada.
Considerando por exemplo o caso específico do presidente da CGD, a sua remuneração total pode ir até aos 634 mil euros por ano, o equivalente a 45 mil euros por mês (pagos em 14 vezes): 423 mil euros na componente fixa e até 211 mil euros na componente variável.
Segundo noticiou na segunda-feira o jornal Público, António Domingues vai ainda poder, a partir de janeiro, juntar ao salário enquanto líder da CGD a pensão a que tem direito pelos descontos efetuados ao longo da carreira contributiva no BPI.
O assunto tem estado em destaque nos últimos tempos, com vários partidos a tomarem posições sobre a matéria como por exemplo o BE que pediu "decência" quanto aos salários dos gestores públicos.
O Ministério das Finanças disse na terça-feira que "não foi lapso" a decisão de os administradores do banco público deixarem de estar sujeitos ao Estatuto do Gestor Público e não terem de apresentar a declaração de rendimentos ao Tribunal Constitucional.
"A ideia é a CGD [Caixa Geral de Depósitos] ser tratada como qualquer outro banco. Essa foi a razão para que fosse retirada do Estatuto do Gestor Público. Está sujeita a um conjunto de regras mais profundo, como estão todos os bancos. Não faz sentido estar sujeita às duas coisas. Não foi lapso. O escrutínio já é feito", afirmou fonte oficial do gabinete liderado por Mário Centeno, a quem cabe a tutela do banco público.
O ex-líder do PSD e comentador político Marques Mendes disse domingo à noite na SIC que os novos administradores do banco público não têm de apresentar, como acontece com todos os gestores públicos, as suas declarações de rendimentos ao Tribunal Constitucional (TC), de incompatibilidades e impedimentos à Procuradoria-Geral da República (PGR) e sobre participações em empresas à Inspeção Geral das Finanças (IGF), ao contrário do que acontece com os gestores públicos.
"Ou isto é um lapso e tem de ser corrigido, ou isto é intencional e é gravíssimo", afirmou.
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