No encerramento da 16.ª edição da Universidade de Verão do partido, a líder da Juventude Social-Democrata falou imediatamente antes do presidente do partido, Rui Rio, que já disse que só falará sobre o processo de Joana Marques Vidal depois de o primeiro-ministro e o Presidente da República colocarem o tema em cima da mesa.
No entanto, considerando que “se há combate” que mobiliza a sua geração “é o da corrupção” — lembrando as propostas já apresentadas pela ‘jota’ nesta área -, Margarida Balseiro Lopes defendeu que não há “condição mais importante para esse combate do que a independência do Ministério Público”.
“Nos últimos anos, deixou de haver intocáveis, acabou o sentimento de impunidade em Portugal. E isso muito se deve a Joana Marques Vidal. É por isso que eu entendo que ela deve ser reconduzida”, defendeu, juntando-se a outras destacadas figuras do partido com idêntica posição.
A líder da JSD criticou ainda a proposta anunciada na ‘rentrée’ socialista pelo secretário-geral do PS, António Costa, de reduzir o IRS para os emigrantes que deixaram o país entre 2011 e 2015 (período da governação PSD/CDS) e queiram agora regressar.
Balseiro Lopes contou a história de uma antiga aluna da Universidade de Verão, Beatriz Seco, enfermeira que emigrou para o Reino Unido já com o atual Governo em funções e queria regressar a Portugal depois ser mãe.
“Quando a Beatriz soube que o primeiro-ministro, António Costa, tinha uma medida que a podia trazer de volta a Portugal ganhou esperança. Mas cedo se apercebeu de que António Costa voltou a fazer dos emigrantes arma de arremesso político”, acusou, considerando que se trata de uma medida “demagógica, eleitoralista e ineficaz”.
“Demagógica porque insinua que a emigração começou e acabou no anterior Governo. Eleitoralista porque só chega em ano de eleições. E ineficaz porque, por si só, não trará ninguém de volta a Portugal”, concretizou.
A líder da JSD falou ainda de um outro caso pessoal, este de um aluno deste ano da Universidade de Verão, José Alves, um estudante português na Venezuela que, aos 22 anos, teve de fugir do país depois de ter sido alvo de “perseguição política” pelo regime de Nicolás Maduro.
“Eu não quero confundir emigrantes com refugiados, mas quero muito claramente dizer que o Governo de António Costa está a cometer um duplo erro para com muitos jovens portugueses a viver fora do país: está a tratar de forma incompetente os que saíram e querem voltar e está a ignorar de forma cobarde estes que não têm outra hipótese que não voltar”, acusou, considerando “desumano e desleal deixar a Região Autónoma da Madeira a resolver sozinha” com o problema da Venezuela.
“Percebemos o melindre da questão, mas que António Costa não se esqueça que a diplomacia não se faz com cobardia”, acusou.
E a Rui Rio, a líder da JSD deixou a garantia de que pode contar com todos os jovens alunos da Universidade de Verão do PSD “para o ajudar, para estar ao seu lado, para contribuir para o partido” e para o tornar “o próximo primeiro-ministro de Portugal”.
Antes, o diretor da Universidade de Verão, o eurodeputado Carlos Coelho, recordou que conheceu Rui Rio quando ambos eram dirigentes do PSD e deixou elogios ao líder por manter as mesmas características.
“O presidente do PSD é conhecido pela aposta na formação e pela valorização dos mais novos, pela sua seriedade e rigor. Conte connosco para o combate porque precisamos de si como primeiro-ministro de Portugal”, afirmou.
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