“Começa a parecer muito estranho que o Novo Banco comece a ter cada vez mais parecenças com o velho banco [BES] e não há nenhum português que, neste momento, não esteja escandalizado com a sucessão de notícias que tem vindo a ser tornadas públicas”, afirmou Francisco Rodrigues dos Santos.
O presidente do CDS-PP, que falava aos jornalistas à margem de um encontro com o presidente da Associação de Bares e Discotecas do Porto, defendeu que não deve ser dado “nem mais um cêntimo ao Novo Banco até haver um resultado claro da auditoria que ainda não viu o seu termo, mas já motivou uma grande descoordenação entre o primeiro-ministro e o então ministro das finanças [Mário Centeno]”.
Para o líder centrista, as suspeitas sobre a gestão do Novo Banco significam que se está a “gozar com a cara de todos os portugueses. O Novo Banco já engoliu mais de 11 mil milhões de euros que foram subtraídos aos portugueses e seus rendimentos por via dos impostos, que é uma fatura muito cara que todos nós continuamos a pagar”.
No entender de Francisco Rodrigues dos Santos, neste processo, o Governo deve reforçar o “seu controlo através de poderes políticos que lhe estão cometidos” e que não falhar na supervisão.
“Apelamos ao Governo para que reforce o seu controlo neste processo através dos poderes políticos que lhe estão cometidos, que a supervisão não falhe porque é muito estranho que tudo isto tenha passado sem que o Governo e a supervisão tenham tido conhecimento ou dado aval prévio nos termos que acordaram com a Lone Star”, afirmou, acrescentando esperar também que o governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, tenha “imparcialidade” para fazer um controlo efetivo da operação.
“Apelamos ao governador do Banco de Portugal tenha a independência, autonomia, isenção e imparcialidade de fazer um controlo efetivo de operação para que os portugueses não sejam mais penalizados, sendo certo que eticamente temos aqui um conflito que o CDS queria evitar”, disse, observando que o partido foi contra a nomeação de Mário Centeno para governador do Banco de Portugal.
O Governo anunciou esta quinta-feira que a auditoria ao Novo Banco não vai estar concluída até hoje, considerando que até à sua conclusão não deverão ser realizadas outras operações de venda de carteiras de ativos por parte da instituição bancária.
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