"Na visão ecologista julgo que posso afirmar que temos dois objetivos que se refletem nas inúmeras iniciativas e propostas que temos apresentado. Aquilo que nos move é procurar alcançar a justiça ambiental e social", disse Heloísa Apolónia.

A líder de Os Verdes, que falava hoje durante a conferência organizada pela Jornal de Notícias sobre o tema ‘Portugal ao espelho: As prioridades e visões dos líderes partidários para o futuro do país’, afirmou viver-se "num sistema que cavalga muito" sobre os recursos naturais e patrimoniais e que "cuida pouco".

"Esta justiça ambiental pede políticas eficazes, preventivas de poluição, de modo a promover a saúde e a qualidade de vida das populações", frisou, adiantando que, para Os Verdes, a justiça social "não é uma questão menor" e que as medidas apresentadas pelo partido se direcionam para a garantia de rendimentos "dignos", para o combate "efetivo" à pobreza e para a acessibilidade de todos aos serviços públicos.

Além das duas visões do partido centradas na justiça, a deputada do PEV enumerou quatro prioridades e "desafios estruturais" que ainda não foram ultrapassados e que, na sua perspetiva, "pedem respostas eficazes", tais como as alterações climáticas, as assimetrias entre as regiões, o défice demográfico e o combate à pobreza.

"Todas implicam uma intervenção estrutural e transversal e, se quiserem, interministerial", sublinhou Heloísa Apolónia, acrescentando que o partido vai continuar a acompanhar algumas questões introduzidas na agenda política e parlamentar como a presença de amianto em edifícios públicos, o desperdício alimentar e os organismos geneticamente modificados.

"Há matérias que foram sempre rejeitadas e nas quais nós continuaremos a trabalhar, designadamente nos organismos geneticamente modificados […] é fundamental que os consumidores tenham acesso à informação na rotulagem dos produtos se aquele produto tem ou não produtos geneticamente modificados", salientou a líder dos Verdes.

Heloísa Apolónia afirmou também que todas as medidas apresentadas estão dependentes da "vontade política" e que, nesse sentido, o partido vai continuar a ser "pró-ativo" na apresentação e aprovação de propostas "vitais para o desenvolvimento sustentável do país”.

"Qualquer proposta, venha ela de onde vier, apresentada na Assembleia da República, se for positiva para a promoção do desenvolvimento sustentável do país e para a qualidade de vida dos cidadãos, contará sempre com o voto favorável de Os Verdes. Qualquer proposta, venha ela de onde vier, que for negativa para estes parâmetros que referi, contará com o voto contra de Os Verdes", concluiu.