Em declarações ao jornal The Telegraph, Wigston destacou as capacidades aéreas, marítimas e submarinas das Forças Armadas Russas, algo em que não só as autoridades britânicas, mas também a Aliança Atlântica, devem manter o seu foco.

“Quando o conflito na Ucrânia terminar e a Ucrânia restaurar as suas fronteiras, como deve, teremos uma Rússia ferida, vingativa e brutal, cujos meios para nos prejudicar são ataques aéreos, ataques com mísseis e ataques submarinos”, alertou Wigston.

Da mesma forma, o alto comando militar alertou que o problema não é apenas o Presidente russo, Vladimir Putin, já que na Rússia existem inúmeras pessoas que esperam poder assumir as rédeas do país e que “poderiam ser igualmente brutais e perversos”.

“Putin é um ditador que está preparado para travar uma guerra brutal em nome do que a Rússia, na cabeça dele, deveria ser”, disse afirmou.

As declarações de Wigston, que deixará o cargo no próximo mês, lembram as posições defendidas pelo Presidente francês, Emmanuel Macron, durante os primeiros tempos da guerra na Ucrânia, quando pediu uma solução sem “humilhar a Rússia”.

O Presidente francês surgiu então como o principal promotor de uma solução diplomática para o conflito.

Recentemente, durante uma viagem à China, Macron defendeu que Pequim usasse a sua influência sobre Moscovo para avançar em direção à paz.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas — 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,2 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).