“O Grupo parlamentar do PS e os outros grupos parlamentares fazem reuniões preparatórias com quem entendem conveniente”, disse Eurico Brilhante Dias, após questionado sobre a reunião de 17 de janeiro entre deputados da bancada socialista, assessores do Executivo e a presidente da executiva da TAP, na véspera de Christine Ourmières-Widener ser ouvida numa audição parlamentar.

De acordo com Brilhante Dias, que falava aos jornalistas no final da reunião da bancada do PS, os deputados socialistas já fizeram centenas de reuniões preparatórias desde o início da sessão legislativa e “99,9%” dessas reuniões são para preparar processos legislativos ou audições de membros do Governo.

Eurico Brilhante Dias, que disse que só soube reunião depois de se realizar, salientou que esta reunião, apesar de ter sido introduzida no âmbito das audições na comissão de inquérito parlamentar à TAP, “é um evento lateral” ao inquérito e ocorreu em janeiro, antes de uma audição na comissão de Economia.

Quanto à reunião em causa, Brilhante Dias afirmou que são conhecidas reuniões preparatórias de partidos que apoiam o Governo — seja agora o PS ou no passado PSD e CDS — “que nalgum episódio tiveram membros da Administração Pública direta, indireta ou do setor empresarial do Estado”, embora tenha afirmado que “não é comum” ou “usual” mas que “já ocorreu”.

Eurico Brilhante Dias insistiu várias vezes que todos os 230 deputados, e não apenas os do Grupo Parlamentar do PS, “têm o direito de fazer reuniões preparatórias com quem entendem, quando entendem, e faz parte da sua atividade”.

No caso desta reunião, disse, ocorreu “a pedido da própria” presidente executiva da companhia aérea.

Questionado sobre como é que Christine Ourmières-Widener teve conhecimento da reunião, o líder parlamentar respondeu: “é uma pergunta a que não posso responder, mas é uma pergunta absolutamente irrelevante”.

Já sobre se teve conhecimento da reunião, Brilhante Dias respondeu que soube posteriormente.

“O meu conhecimento é posterior porque estas reuniões preparatórias são feitas entre as áreas setoriais e o Governo, naturalmente com a articulação feita pelo Ministério dos Assuntos Parlamentares e essa articulação é feita no quadro das 16 comissões que temos no parlamento”, afirmou.