Em comunicado, citado pela EFE, os vários ministros dos Negócios Estrangeiros e representantes dos países membros da entidade pan-árabe pediram que o grupo que os representa em Nova Iorque solicite à ONU uma reunião que aborde “a ameaça à segurança nacional árabe” do Irão e as suas infrações às resoluções internacionais.

Na reunião no Cairo, que foi convocada de urgência pela Arábia Saudita, os chefes da diplomacia convocaram também a ONU para esclarecer “as violações do Irão à resolução sobre o fornecimento de armas a milícias terroristas no Iémen”.

O encontro realizou-se porque a Arábia Saudita acusa o Irão de estar ligado ao míssil lançado no início do mês por rebeldes iemenitas contra Riade, intercetado pelas Forças Armadas sauditas, e por uma explosão ocorrida num oleoduto no Bahrein no dia 11.

Os líderes reunidos no Cairo exortaram assim o Conselho de Segurança a considerar o “míssil balístico feito pelo Irão” como “uma agressão por parte do Irão e uma ameaça para a segurança e a paz nacionais e internacionais”.

Numa conferência de imprensa conjunta com o ministro dos Negócios Estrangeiros de Djibuti, Mahmoud Ali Yusuf, o secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Abulgueit, disse, no entanto, que ainda não foi decidido recorrer ao Conselho de Segurança da ONU, mas a evolução na região pode levar a isso.

“Não vamos declarar guerra ao Irão”, disse Abulgueit aos jornalistas.

A Liga Árabe sublinhou que a ONU “deve assumir responsabilidades” com o objetivo de manter a paz e a segurança internacionais.

A entidade condenou as “interferências contínuas” do Irão nos assuntos árabes, que “alimentaram o sectarismo e o conflito sectário” e exigiu que pare de apoiar e financiar as milícias, em referência aos rebeldes no Iémen, que “ameaçam com mísseis os países vizinhos”.

A Liga Árabe culpou ainda o movimento xiita libanês Hezbollah, que classificou como “terrorista” de apoiar o “terrorismo” com “armas sofisticadas e mísseis balísticos”.

O conselho árabe argumentou que a Arábia Saudita tem “o direito de se defender legalmente no seu território, conforme estipulado no artigo 51.º da Carta das Nações Unidas”, e afirmou que apoiará o país em todas “as medidas que decidir tomar contra violações iranianas no âmbito da legitimidade internacional”.

Na reunião, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Arábia Saudita, Adel al Yubeir, disse que confia que os países árabes tomem uma decisão firme para enfrentar o Irão.

Al Yubeir assegurou que a “Arábia Saudita não ficará de braços cruzados perante a flagrante agressão [do Irão]” e que “não renunciará” a defender a segurança nacional.

A Arábia Saudita e o Irão, grandes rivais regionais, não mantêm relações diplomáticas desde janeiro de 2016 e apoiam lados opostos na guerra do Iémen e na crise do Líbano.

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