O presidente da LBP, Jaime Marta Soares, disse à Lusa que dentro de 45 dias vai realizar-se um novo Conselho Nacional da Liga para avaliar a evolução da situação, mas garantiu repetidamente que não se trata de uma “pressão” nem “ameaça” mas apenas que os bombeiros querem “ser respeitados”.

A decisão foi hoje tomada numa reunião do Conselho Nacional da Liga, que juntou a quase totalidade dos delegados em Santarém e na qual foram aprovadas propostas de reforma a levar agora ao Governo.

A Liga quer nomeadamente, disse Marta Soares à Lusa, uma direção nacional dos bombeiros autónoma e independente, com orçamento próprio, um comando autónomo dos bombeiros, a criação de zonas operacionais e respetivos comandos operacionais, a instalação de mais 250 equipas especiais de primeira intervenção, a alteração do regulamento das equipas e massa salarial ou a criação de comissões distritais de reequipamentos.

Marta Soares não exige resposta a todas as exigências em 45 dias mas disse querer levar para o próximo Conselho Nacional sinais de “boa vontade, compromissos de futuro que sejam para cumprir”.

Entre as propostas para as quais a LBP quer respostas estão também o cartão social do bombeiro e o contrato coletivo de trabalho.

"Esperamos que dentro de 45 dias o Conselho seja para dar boas notícias. Mas podemos tomar atitudes muito duras, que não serão por falta de vontade dos bombeiros portugueses de apresentar propostas credíveis”, disse, acrescentando que "uma situação de rotura só pode ser assacada ao Governo”.

Na reunião de hoje, disse também Marta Soares, foi aprovada uma garantia de apoio judicial a bombeiros por causa do incêndio de Pedrógão Grande e de outros incêndios do verão, e também a proposta de a LBP se constituir assistente em todos os processos que possam existir.

“Vamos pedir de imediato uma reunião com o Governo” porque “há um conjunto de reformas que têm de ser feitas” e “a reforma da proteção civil não pode ser feita sem os bombeiros”, disse à Lusa.