A ligação por metro ligeiro de superfície entre os concelhos de Odivelas e de Loures, no distrito de Lisboa, é um dos projetos previsto no Plano de Recuperação e Resiliência apresentado pelo Governo em Bruxelas.
Na segunda-feira, as duas autarquias assinam com o Metropolitano de Lisboa um protocolo de cooperação para a concretização desta obra, numa cerimónia em que está prevista a presença do primeiro-ministro, António Costa.
O projeto, que deverá arrancar para obra em 2023, prevê cerca de 12 quilómetros de traçado e duas ligações, sendo uma Odivelas – Ramada - Santo António dos Cavaleiros - Hospital Beatriz Ângelo e outra Odivelas – Póvoa de Santo Adrião – Santo António dos Cavaleiros – Loures – Infantado.
Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares (CDU), afirmou tratar-se de uma “enorme conquista para o município”, uma vez que é o único “na fronteira com Lisboa a não ter um meio de transporte pesado eficaz”.
“Essa era uma necessidade evidente, mesmo do ponto de vista da estruturação da rede de transportes da área metropolitana, e ainda bem que isto vai permitir que [seja] possível concretizar esta obra. Parece-nos que desta vez já não vai andar para trás”, sublinhou o autarca.
Bernardino Soares referiu que o projeto ainda se encontra em fase de elaboração, seguindo-se depois consultas a várias entidades e o lançamento da empreitada.
Em paralelo, o município está envolvido num projeto para a criação de uma linha, também em metro ligeiro de superfície, que ligue Lisboa (Santa Apolónia) à zona oriental do concelho de Loures (Moscavide, Portela e Sacavém).
“A nossa expectativa é que este investimento seja feito com verbas do próximo quadro comunitário de apoio e que não tenha um calendário muito diferente desta ligação de Odivelas a Loures”, referiu.
Também em declarações à Lusa, o presidente da Câmara de Odivelas, Hugo Martins (PS), sublinhou que a ligação do metro ligeiro a Loures “vai trazer mais-valias ambientais e de mobilidade para o concelho”.
“Os utilizadores do metro que hoje se dirigem para Odivelas e para a estação do Senhor Roubado passam a ser apanhados mais a montante. Além de existir maior mobilidade, todos os utilizadores dos concelhos acima de Odivelas, como Loures, Sobral de Monte Agraço, Arruda dos Vinhos e Mafra, apanharão o metro em Loures, o que diminuirá o congestionamento de trânsito, aumentará o estacionamento e diminuirá a pressão sobre o nosso território”, apontou.
O autarca destacou ainda o facto de ser criada uma ligação direta ao Hospital Beatriz Ângelo (concelho de Loures) e de se beneficiar diretamente as freguesias de Olival de Basto-Póvoa de Santo Adrião, Odivelas e Ramada-Caneças, num total de cerca de 5,4 quilómetros.
“Vão existir mais oito estações no nosso território. O estudo de procura aponta para 110 mil odivelenses. Ou seja, vamos aumentar a oferta da nossa mobilidade. Isto é muito importante para valorizar o território, para a mobilidade na área metropolitana e muito importante para o ambiente”, sintetizou.
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