"Para anular o racismo no futebol não é preciso passar pela história colonialista", salientou o antigo internacional gaulês, nascido em Guadalupe, nas Antilhas, referindo que é apenas preciso "mudar a forma de perceber as coisas".
Lilian Thuran falava na conferência 'Educação Contra o Racismo', promovida no âmbito do projeto de investigação Memoirs - Filhos de Império e Pós-Memórias Europeias, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.
Segundo o antigo atleta, é preciso perguntar aos futebolistas brancos porque é que ficam nos relvados quando existem atos de racismo com jogadores negros.
"É necessário levar os jogadores brancos a assumir as suas responsabilidades e a serem capazes de perceber a violência dos seus atos", disse, numa alusão à falta de solidariedade.
Durante quase duas horas, sempre em conversa com estudantes universitários e licenciados, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra, o recordista de jogos pela seleção francesa falou sobre racismo e colonialismo.
Perante várias dezenas de pessoas, o antigo atleta disse que o racismo "é uma construção social" e que, em França, que colonizou e escravizou pessoas, "é muito difícil falar do tema".
Depois de ter abandonado o futebol, Lilian Thuran criou em 2008 uma fundação com o seu nome, através da qual faz a pedagogia antirracista junto das escolas francesas.
O antigo futebolista participa na quarta-feira numa iniciativa com os escalões jovens da Académica e depois segue para Lisboa, onde tem agendadas outras iniciativas.
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