Falando em reunião pública do executivo, Miguel Gaspar afirmou que “a data prevista que o Metropolitano neste momento tem para a conclusão da obra é o segundo semestre de 2019″.

Já a 27 de março, o autarca havia admitido que os trabalhos poderiam não estar concluídas na data prevista na altura, em janeiro do próximo ano.

“Houve um concurso público, ganhou um empreiteiro, o empreiteiro teve problemas, o Metro está a resolver os problemas. Nós neste momento temos a informação de que a obra já está a correr”, disse na altura Miguel Gaspar, que falava aos deputados na Assembleia Municipal de Lisboa.

A estação de Arroios encerrou em julho para obras que vão permitir o funcionamento de comboios com seis carruagens na Linha Verde, e custarão mais de sete milhões de euros.

Este tema foi levantado no período dedicado à audição dos munícipes pelos comerciantes da zona, que explicaram como as obras estão a afetar as suas receitas, principalmente naquelas lojas que estão tapadas pelos tapumes colocados na Praça do Chile, à saída da estação.

“Somos centro comercial aberto. Era o mesmo que chegar às Amoreiras e fechar as portas, é claro que as lojas não sobreviviam porque os clientes não entram”, disse Carla Salsinha, uma das empresárias, e também ex-presidente da União das Associações de Comércio e Serviços (UACS).

Segundo a lojista, existem empresários com quebras de venda de dezenas de milhares de euros, e várias lojas também já fecharam.

“Como é possível continuar a fazer a nossa atividade se os clientes acham e pensam que estamos fechados?”, questionou, adiantando que alguns empresários “estão à procura de lojas noutro sítio porque desistem, não vale a pena”.

Segundo Carlos Salsinha, “não houve uma única carta dirigida aos empresários a dizer quando é que a obra começava, qual o tempo da obra, o período, nada”, e por isso a empresária pediu à Câmara “a isenção das licenças de ocupação de via pública e das taxas de publicidade”, e também uma reunião com os serviços.

Em resposta, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), começou por apontar que esta “não é uma obra do município de Lisboa”, e que quem cobra as taxas em questão são as Juntas de Freguesia, mas mostrou “disponibilidade para estudar” a proposta dos comerciantes.

“Eu próprio queria que essa obra estivesse concluída há imenso tempo, e só estou com a expectativa de que ela demore bem menos do que a sua obra vizinha, um pouco mais acima, no Areeiro, que deve ter sido uma década”, salientou.

Pedindo a palavra, o vereador Ricardo Robles (BE), que detém as pastas da Educação e Direitos Sociais, propôs apurar, junto do Metro, a possibilidade de “ir libertando zonas de tapume à medida que obra vá sendo feita, também para minimizar o impacto nas lojas”.

Para o eleito do PCP João Ferreira o município já devia ter intercedido junto do Metropolitano, mas “ainda vai a tempo [?], pelo menos para tentar minorar o prejuízo evidente que estão a ter os empresários, os moradores e todos os utilizadores de transporte público naquela zona”.

João Pedro Costa, do PSD, defendeu que “qualquer que seja o promotor de uma obra que afeta a vida dos comerciantes e moradores” deve informar sobre as datas e impacto dos trabalhos, e que “se o Metropolitano não o fez, devia ter feito”.

Por seu turno, a vereadora Assunção Cristas, do CDS-PP, defendeu a aplicação da isenção pedida pelos empresários, que na sua opinião, é “de grande justiça”.

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