Em resposta a questões da agência Lusa, a Câmara de Lisboa, sob presidência de Carlos Moedas (PSD), disse que “a autarquia faz um balanço positivo do sistema de videoproteção já existente, enquanto meio com capacidades preventivas, que permite um rápido diagnóstico e o acompanhamento remoto, complementando o serviço prestado pela presença física das autoridades”.
Questionada sobre quantas situações foram resolvidas com o recurso à visualização das imagens captadas pelas câmaras de videovigilância existentes na cidade – 26 no Bairro Alto desde 2014 e sete na zona do Miradouro de Santa Catarina desde 2022 -, a câmara remeteu esse pedido de informação para a Polícia de Segurança Pública (PSP), que é a entidade responsável por operar o sistema.
No entanto, o município de Lisboa afirmou que o sistema de videovigilância “constitui mais um contributo para reforçar a segurança de pessoas e bens e auxiliar as forças da autoridade, a cumprir o seu papel de proteger e garantir a lei, apoiando primeiramente a prevenção, mas também a rápida resposta em caso da prática de crimes”.
De acordo com a autarquia, às 33 câmaras de videovigilância atualmente instaladas na Baixa de Lisboa “vão somar-se mais 97 (por concurso público), que começarão a ser colocadas no início do próximo ano”: 30 no Cais do Sodré, 17 nos Restauradores, 20 na Ribeira das Naus e 30 no Campo das Cebolas.
Essa informação já tinha sido divulgada após uma reunião restrita do Conselho Municipal de Segurança, em 17 de outubro, para analisar a situação na cidade e a cooperação estratégica entre a Polícia Municipal e a PSP, com o presidente da Câmara de Lisboa a defender o reforço do número de agentes e a implementação de videoproteção.
“A segurança é fundamental para Lisboa e tudo faremos para a manter e reforçar”, disse o social-democrata Carlos Moedas, numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
À agência Lusa, a câmara adiantou que “em 2024 serão ainda lançados concursos para colocação de mais 112 câmaras de videoproteção em outras 11 zonas da cidade”: Praça do Comércio, Cais das Colunas, Praça D. Pedro IV, Praça da Figueira, Rua Augusta, Rua do Ouro, Rua da Prata, Rua do Comércio, Rua dos Fanqueiros, Santa Apolónia – Rua Caminhos de Ferro e ainda Santa Apolónia – Avenida Infante D. Henrique.
“No total, serão instaladas até ao fim do mandato [em 2025] mais 209 câmaras, totalizando 242 de videovigilância em toda a cidade”, indicou a autarquia.
Em março de 2021, o Ministério da Administração Interna autorizou a instalação de 216 câmaras de videovigilância em Lisboa, mas, dessas, até ao momento, apenas sete foram instaladas.
Na passada terça-feira, na Assembleia Municipal de Lisboa, num debate sobre o estado da cidade, a deputada do PS Carla Madeira criticou o atraso na instalação das câmaras de videovigilância e defendeu que “uma cidade de futuro e com futuro tem de ser uma cidade segura, tranquila e onde o cidadão tenha qualidade de vida”, lembrando a morte de um jovem golpeado com uma garrafa na madrugada de 14 de outubro.
“Agora, depois da morte de um jovem, é que vai ser lançado o concurso para a instalação de 97 câmaras das 209 em falta”, acusou a presidente da Junta de Freguesia da Misericórdia, que abrange Cais do Sodré e Bairro Alto, Carla Madeira.
Afirmando que “a culpa não é do PS”, a socialista disse ainda que “não se vê da parte deste executivo vontade de mitigar os efeitos nefastos de viver neste parque de diversões em que Lisboa se tornou”, com ruído excessivo, desacatos e excesso de álcool durante a noite, que “tornam um inferno a vida dos lisboetas”.
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