“As informações que temos são muito perturbadoras e estamos a analisá-las com urgência”, acrescentou um porta-voz do gabinete do primeiro-ministro britânico (Downing Street), sem fornecer mais pormenores, após um contacto telefónico entre Boris Johnson e o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
O aparelho Boeing 737 da companhia aérea privada ucraniana Ukraine International Airlines (UIA, na sigla em inglês) despenhou-se na quarta-feira de manhã dois minutos depois de ter descolado da capital iraniana, Teerão.
O aparelho tinha como destino a capital da Ucrânia, Kiev.
Todas as 176 pessoas (passageiros e tripulantes) que estavam a bordo morreram no desastre.
A maioria das vítimas tinha nacionalidade iraniana e canadiana, mas também estavam a bordo cidadãos da Ucrânia, Suécia, Afeganistão, Alemanha e do Reino Unido.
As autoridades ucranianas, que enviaram para Teerão uma equipa de 45 investigadores para participar no inquérito em curso, avançaram hoje que estão a investigar pelo menos sete possíveis causas do desastre, incluindo um eventual ataque com mísseis.
“Estamos a avaliar de forma minuciosa todas as teses, que são sete”, indicou hoje, em declarações à agência France-Presse (AFP), o secretário do Conselho ucraniano de Segurança e de Defesa Nacional, Sergei Danylov.
Por enquanto, “nenhuma é prioritária”, precisou o mesmo representante ucraniano.
Entre as possíveis teses que estão a ser exploradas pelas autoridades da Ucrânia está um possível disparo de um míssil antiaéreo contra o Boeing 737, a explosão de uma bomba a bordo do aparelho, a colisão do avião de passageiros com um ‘drone’ (aparelho aéreo não-tripulado) ou a deflagração de um incêndio no motor “por razões técnicas”.
Segundo os primeiros elementos do inquérito da Organização de Aviação Civil iraniana (CAO), o voo da UIA despenhou-se após um “problema” e um incêndio a bordo.
Nas redes sociais e em alguns 'media' norte-americanos estão a circular informações que estão a levantar a hipótese do Boeing 737 ter sido atingido por um míssil disparado pela Guarda Revolucionária do Irão.
Teerão já rejeitou essa teoria, afirmando hoje que essa hipótese “não faz sentido”.
O Boeing 737 despenhou-se algumas horas depois do lançamento de 22 mísseis iranianos contra duas bases da coligação internacional anti-‘jihadista’ liderada pelos Estados Unidos, em Ain Assad e Erbil, no Iraque, numa operação de retaliação pela morte do general iraniano Qassem Soleimani num ataque em Bagdad ordenado por Washington na sexta-feira passada.
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