A poucos dias do início da Jornada Mundial da Juventude, que decorrerá entre 01 e 06 de agosto, ultimam-se os trabalhos no Parque Tejo-Trancão, que abrange os concelhos de Lisboa e de Loures e que servirá de palco a uma vigília e à missa final do evento, com a presença do Papa Francisco.
É neste cenário que, em entrevista à agência Lusa, o presidente da Câmara Municipal de Loures revela as expectativas da autarquia para o evento, embora preferindo colocar a ênfase no pós JMJ.
“Tem uma importância enorme, não só pelo evento em si, que é o maior que alguma vez foi feito no nosso país, mas tem um ganho naquilo que é a requalificação de um espaço de cerca de 70 hectares. De uma devolução de uma frente ribeirinha a toda a população do concelho de Loures. Isso é um ganho inqualificável”, apontou Ricardo Leão.
Optando por virar os olhos para o futuro, Ricardo Leão enumerou um conjunto de equipamentos que pretende que sejam construídos na parte de Loures do Parque Tejo-Trancão no pós JMJ, sublinhando que o município irá “lutar para ter os maiores eventos” a ocorrer no concelho.
“Não nos vamos limitar só às questões dos equipamentos desportivos. Vai haver aqui construção de restauração, de animação. Vamos deixar aqui um conjunto de hectares, todo infraestruturado, para receber o Nos Alive desta vida, o Super Bock Super Rock, que queiram aproveitar este espaço. Loures também aqui vai competir para começar a receber esses eventos”, afirmou.
Sobre o mais imediato e a preparação da JMJ, o autarca de Loures referiu que está tudo praticamente pronto para acolher o evento.
“Não se pode dizer que está tudo perfeito. Há um pormenor ou outro, mas tudo o que diz respeito àquilo que era o nosso memorando de entendimento e a nossa obrigação para a realização da Jornada Mundial da Juventude diria que está 98% pronto. Está tudo a postos e estará tudo em condições para recebermos centenas de milhares de peregrinos”, apontou.
Questionado sobre as expectativas que tem em relação ao impacto económico da JMJ para Loures, Ricardo Leão disse apenas acreditar que todos os comerciantes poderão beneficiar da presença dos peregrinos no concelho.
“Nesta terça-feira tivemos uma reunião com todos os comerciantes e com toda a atividade económica para lhes explicar os circuitos dos peregrinos ao longo desta semana, para que o comércio local possa também ter um aproveitamento da presença destes peregrinos. Portanto, do ponto de vista daquele que será o ganho para o comércio local eu acredito que ele vai acontecer”, perspetivou.
Falando ainda sobre o impacto do evento no comércio e na restauração, o autarca reconheceu que houve poucos restaurantes a aderir aos ‘vouchers’ de refeições para peregrinos, desvalorizando, no entanto, a pouca adesão.
“A adesão foi fraca, é verdade. Houve cerca de 30 restaurantes que aderiram a esses vouchers. Eu acho que é preferível estarem com o estabelecimento aberto e as pessoas vão e consomem. Eu não faço uma ligação direta aos restaurantes que não aderiram ao não estarem preparados para receber os peregrinos”, argumentou.
Segundo adiantou o presidente da Câmara Municipal de Loures, irão pernoitar no concelho entre 15 a 21 mil peregrinos, nas 44 escolas disponibilizadas para o efeito, em pavilhões desportivos e na casa de 300 famílias de acolhimento.
Durante a JMJ, disse ainda Ricardo Leão, irão decorrer no concelho de Loures várias atividades dedicadas aos peregrinos, com destaque para dois eventos no Museu da Cerâmica de Sacavém e no Parque da Cidade de Loures.
“Nós vamos ter um conjunto de atividades com os peregrinos. Nós vamos ter dois grandes eventos, um na zona Oriental do concelho e outro na zona Norte. Serão festivais que se vão fazendo para dar, digamos, animação e vivacidade a todos os peregrinos e não peregrinos que queiram juntar”, apontou.
Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da JMJ, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, que vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas
O Papa Francisco foi a primeira pessoa a inscrever-se na JMJLisboa2023, em 23 de outubro de 2022, no Vaticano, após a celebração do Angelus. O gesto marcou a abertura das inscrições para o encontro mundial de jovens com o Papa.
A JMJ nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.
A primeira edição aconteceu em 1986, em Roma, tendo já passado por Buenos Aires (1987), Santiago de Compostela (1989), Czestochowa (1991), Denver (1993), Manila (1995), Paris (1997), Roma (2000), Toronto (2002), Colónia (2005), Sidney (2008), Madrid (2011), Rio de Janeiro (2013), Cracóvia (2016) e Panamá (2019).
Comentários