Luís Montenegro começou o seu discurso a agradecer aos portugueses. "É um privilégio estar aqui". Depois, pelo meio de gritos de "Portugal, Portugal, Portugal", Montenegro falou nos resultados da abstenção e frisou que todos os candidatos ajudaram a recuperar "a participação dos portugueses nas eleições".
"Parece incontornável que a Aliança Democrática ganhou as eleições e o Partido Socialista perdeu as eleições", afirmou. "Os portugueses disseram, em primeiro lugar, que queriam mudar de governo; em segundo lugar, que queriam mudar de políticas"; em terceiro lugar que "querem a renovação dos grandes partidos".
“Em quarto lugar, também disseram que é necessário que os partidos, nomeadamente os que têm representação parlamentar, devem privilegiar mais o diálogo e a concertação entre lideres e partidos”, acentuou.
O presidente do PSD afirmou ainda ter a “expectativa fundada” de que o presidente da República o indigite como primeiro-ministro para formar Governo.
“É minha expectativa fundada que o sr. presidente da República, depois de ouvidas todas as forças políticas, me possa indigitar para formar Governo”, afirmou Luís Montenegro.
"Sabemos que o desafio é grande, sabemos que vai exigir grande sentido de responsabilidade a todos", assegurou. "Temos de dar ao país novas políticas".
Para o líder do PSD, é "possível que a nossa economia possa crescer mais", o que permite "criar melhores salários" e evitar que os jovens emigrem, bem como "dar mais dignidade" aos pensionistas.
O presidente do PSD, Luís Montenegro, defendeu que todos os partidos com assento no parlamento têm o dever de assegurar condições de governabilidade ao Governo que pretende formar na sequência das legislativas deste domingo.
"A todos é exigido que deem ao país condições de estabilidade e de governabilidade. Não me eximo à principal responsabilidade, que será minha, mas é preciso também exigir aos outros que cumpram aquilo que foi a palavra do povo português", declarou Luís Montenegro, no hotel de Lisboa onde decorreu a noite eleitoral da Aliança Democrática (AD) coligação entre PSD, CDS-PP e PM.
Segundo o presidente do PSD, os dados provisórios destas eleições já permitem concluir que "quem viabilizou a possibilidade de haver um Governo novo liderado pela AD foram os portugueses com o seu voto".
"Isso é o essencial para termos Governo. Mas para termos governabilidade e estabilidade há que apelar ao sentido de responsabilidade de todos quantos se vão sentar na Assembleia da República em representação do povo português", acrescentou.
“Espero que PS e Chega não constituam aliança negativa”
O presidente do PSD disse hoje esperar que PS e Chega “não constituam uma aliança negativa para impedir o Governo que os portugueses quiseram”, voltou a recusar entendimentos com o partido de André Ventura, mas sem excluir diálogo.
Na fase das perguntas dos jornalistas, Luís Montenegro foi questionado se, com uma vitória por margem curta da Aliança Democrática (coligação que junta PSD/CDS-PP e PPM), mantém o “não é não” que tinha dito a entendimentos com o Chega antes e durante a campanha.
“Eu assumi dois compromissos na campanha eleitoral e naturalmente que cumprirei a minha palavra. Nunca faria a mim próprio, ao meu partido e à democracia portuguesa tamanha maldade que seria incumprir compromissos que assumi de forma tão clara”, disse.
Sobre a margem da vitória, salientou que “ela tem a expressão que os portugueses lhe quiseram dar”, acrescentando que “há dois anos havia uma maioria absoluta do PS, agora há uma maioria relativa da AD”.
Montenegro foi questionado se não teme que o Chega possa derrubar o Governo à primeira oportunidade.
“Estamos cientes que, em muitas ocasiões, a execução do programa de Governo terá de passar pelo diálogo na Assembleia da República. É natural e é nossa expectativa que todos partidos possam assumir a sua responsabilidade, a começar pelo principal partido da oposição”, disse.
Neste ponto, o líder do PSD disse compreender que o PS não se reveja no programa do Governo, nem adira às propostas da AD, mas defendeu que tem a responsabilidade de respeitar “a vontade do povo português”.
“E é nessa lógica que a minha mais firme expectativa é que o PS e o Chega não constituam uma aliança negativa para impedir o governo que os portugueses quiseram”, enfatizou.
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