Em declarações aos jornalistas após a audiência, Montenegro disse ter transmitido "a disponibilidade da coligação em assumir a liderança do governo e, em consequência disso, poder ser indigitado primeiro-ministro".
"Estamos focados nos portugueses, estamos focados na vida de cada cidadão que vive e trabalha em Portugal", afirmou. "Estamos empenhados em promover uma mudança".
O líder da AD referiu ainda que a coligação está concentrada em "ter uma economia mais forte, que tenha um percurso de crescimento duradouro", que possa trazer "melhores salários" e que "a classe média possa ficar mais desafogada face à sua situação atual".
"Em face dos resultados eleitorais e da vontade de mudança que os portugueses transmitiram, é minha expetativa agora agora aguardar a decisão que cabe exclusivamente ao senhor presidente da República de indigitar o líder da coligação Aliança Democrática, no caso por ter sido a vencedora das eleições, para formar governo", recordou, frisando que ainda está em curso a contagem dos votos da emigração.
O presidente do PSD disse ter a expectativa de ser indigitado primeiro-ministro e de, se esse for o entendimento do Presidente da República, formar Governo com base na maioria “constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP”.
À saída da audiência com o presidente da República, Luís Montenegro escusou-se a responder diretamente às perguntas da comunicação social sobre a possibilidade de a IL integrar também o executivo ou sobre a eventual apresentação de um Orçamento Retificativo.
“Todas as questões que tiverem a ver com o exercício da atividade do governo serão tomadas quando houver governo, comunicadas e explicadas quando houver governo”, disse, remetendo para Marcelo Rebelo de Sousa a competência exclusiva de fazer essa escolha.
No entanto, questionado com que maioria pretende governar, se for indigitado, respondeu: “A maior representação parlamentar que há na Assembleia da República que assumirá funções é da AD. Há uma maioria, relativa, não absoluta. Essa maioria é constituída pelos deputados do PSD e do CDS-PP, é com base nessa maioria, se for esse o entendimento do Presidente da República, que apresentaremos o nosso Governo”.
Mal terminou esta reunião, que durou cerca de uma hora e 40 minutos, a assessoria da Presidência da República informou que “poderá haver uma nova audiência” ainda hoje ao presidente do PSD e líder da AD, Luís Montenegro, depois de apurados os resultados dos votos da emigração.
Líder do PSD registou “com satisfação” sentido de responsabilidade de Pedro Nuno Santos
O presidente do PSD disse hoje ter registado “com satisfação o sentido de responsabilidade” da comunicação feita na terça-feira pelo secretário-geral do PS, mas escusou-se a responder se está disponível para negociar uma viabilização de um eventual Orçamento Retificativo.
“Tive ocasião de ouvir todas as comunicações proferidas por todos os lideres partidários e de ter registado todo o seu conteúdo. Sobre a do secretário-geral do PS, registei com satisfação o sentido de responsabilidade que ela encerra”, afirmou Luís Montenegro.
Depois de ter sido recebido por Marcelo Rebelo de Sousa na terça-feira, Pedro Nuno Santos manifestou-se disponível para viabilizar um Orçamento retificativo da AD limitado a “matérias de consenso”, referindo-se à valorização das grelhas salariais de alguns grupos profissionais da administração pública até ao início do verão.
Montenegro escusou-se, contudo, a responder a este desafio, remetendo todas os esclarecimentos para o futuro Governo.
“Tudo o mais, a concretização do que quer que seja, caberá ao Governo que ainda não existe, quando existir dará essa resposta a todas as comunicações que foram proferidas”, disse.
Luís Montenegro não respondeu igualmente à questão se um Governo que venha a liderar estaria disponível para apoiar uma candidatura de António Costa à presidência do Conselho Europeu.
Na terça-feira, o secretário-geral do PS indicou estar a referir-se aos “professores, forças de segurança, profissionais de saúde” e oficiais de justiça e garantiu que o PS está disponível para encontrar com o futuro Governo “uma solução que permita que, até ao verão, estes profissionais tenham a sua situação resolvida”.
“Tendo em conta que pode ser necessário alterar limites de despesa, nós estamos disponíveis para viabilizar um orçamento retificativo que esteja limitado às matérias de consenso”, anunciou.
“Eu próprio farei o contacto com o líder da coligação para disponibilizar, para demonstrar esta disponibilidade do PS, indicarmos mesmo dois nomes que possam, no prazo de 30 dias, construir um acordo que nos permita encontrar uma solução até ao verão para resolvermos a situação destes profissionais da administração pública ainda antes do início das férias de verão”, acrescentou Pedro Nuno Santos.
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