Em declarações à imprensa após participar, em Bruxelas, num Conselho de Negócios Estrangeiros na vertente de Comércio, Santos Silva, questionado sobre a crise nas fronteiras da Lituânia e Polónia com a Bielorrússia, apontou que está em curso a preparação de um novo pacote de sanções, um dos temas na agenda da reunião de chefes de diplomacia da União Europeia a ter lugar na próxima segunda-feira na capital belga.
“O processo está em curso. Esperamos que Lukashenko perceba esta linguagem, porque manifestamente não percebe a linguagem diplomática”, declarou.
Admitindo que já não sabe ao certo “em que ronda de sanções vamos”, o chefe da diplomacia reforçou todavia que a “linguagem mais coerciva de sanções” será a única que poderá ser entendida pelo regime de Minsk, que voltou a acusar de ter um comportamento “absolutamente inaceitável, seja do ponto de vista politico, seja do ponto de vista diplomático, seja mesmo do ponto de vista moral”.
“A questão principal aqui é que todos sabemos que há voos organizados de várias partes do Médio Oriente para Minsk com pessoas a quem foram falsamente atribuídos vistos por razões de suposto turismo, e que são depois escoltadas por forças bielorrussas até à fronteira para servirem de arma de pressão contra Estados-membros da UE, e isso não é aceitável em nenhuma circunstância e por nenhuma razão”, disse.
O ministro acrescentou que “as companhias aéreas que se disponibilizam a ser instrumentos nesta conduta inaceitável também se arriscam a ser devidamente sancionadas pela União Europeia”.
Já quanto ao eventual financiamento, com fundos europeus, de barreiras físicas nas fronteiras com a Bielorrússia, tal como reclamam Lituânia e Polónia, Augusto Santos Silva comentou que “Portugal entende que os fundos europeus são mais bem utilizados noutros fins”.
“Isso não quer dizer que nós não compreendamos a situação em que se encontram dois Estados-membros, a Lituânia e a Polónia, e que não exprimamos inteira solidariedade com eles”, disse.
Desde o princípio do ano que se multiplicam as entradas irregulares de migrantes na Letónia, Lituânia e Polónia através da Bielorrússia.
Segundo a União Europeia, trata-se de um plano de Minsk para desestabilizar o bloco europeu como represália às sanções ocidentais contra as eleições presidenciais fraudulentas na Bielorrússia e pela aterragem forçada de um avião comercial em Minsk para a detenção de um dissidente político.
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