Israel considerou Lula da Silva ‘persona non grata’ depois do chefe de Estado brasileiro ter comparado, no fim de semana, as ações israelitas na Faixa de Gaza ao Holocausto cometido pelos nazis contra os judeus.
“Não quero interferir em uma questão interna, mas, para nós, é claro que Lula [da Silva] não quis fazer uma comparação entre o que os alemães fizeram durante a II Guerra Mundial, organizar uma matança sistemática de seis milhões de pessoas, com o que acontece hoje com os palestinianos”, afirmou Borrell, numa entrevista concedida a um grupo de jornalistas no Rio de Janeiro, à margem da reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros do G20.
“O que acontece em Gaza é preocupante, mas esta comparação não é razoável”, concluiu.
As declarações de Lula da Silva desencadearam várias reações diplomáticas, com o ministro israelita dos Negócios Estrangeiros, Israel Katz, a convocar o embaixador brasileiro em Israel, Frederico Meyer, para um encontro diplomático no Museu do Holocausto, em Jerusalém.
De seguida, o Governo brasileiro convocou o embaixador israelita em Brasília e chamou para consultas o embaixador brasileiro em Telavive.
O chefe da diplomacia da União Europeia defendeu hoje que segurança de Israel depende da existência de um Estado palestiniano. “Não haverá segurança sustentável para Israel, a menos que os palestianos tenham uma perspetiva política clara para construir o seu próprio Estado”, disse.
“Se toda gente é a favor da solução, então temos de mobilizar a nossa capacidade política para pressionar pela solução”, insistiu, lembrando que 26 dos 27 Estados-membros da União Europeia apoiam uma trégua humanitária na Faixa de Gaza que conduza a um cessar-fogo.
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