Outros dois elementos não tiveram os respetivos contratos renovados por causa de suspeitas de má conduta sexual, segundo avançou hoje o diretor-geral do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Yves Daccord.
“Estou profundamente triste ao reportar estes números”, disse o representante.
“Este comportamento é uma traição às pessoas e às comunidades em que estamos para servir”, reforçou Yves Daccord.
O diretor-geral frisou que, devido à dimensão e à estrutura descentralizada da Cruz Vermelha Internacional (que tem mais de 17 mil funcionários em todo o mundo), é possível que outros incidentes não tenham sido identificados ou devidamente tratados.
O Comité Internacional da Cruz Vermelha junta-se assim à lista de organizações humanitárias manchadas pelos comportamentos inapropriados dos respetivos funcionários.
A organização não-governamental (ONG) britânica Plan International confirmou hoje a existência de seis casos de abusos sexuais de menores e de exploração infantil cometidos por trabalhadores da entidade ou colaboradores externos.
A organização humanitária internacional Oxfam também se viu no centro de um escândalo após a descoberta de graves infrações e abusos sexuais cometidos por certos funcionários em países como Haiti, Chade, Sudão do Sul ou Libéria.
Uma das denúncias indicou que ex-diretores e funcionários da Oxfam encobriram em 2010 orgias e pagaram prostitutas, algumas possivelmente menores de idade, no Haiti, país na altura devastado por um terramoto que matou mais de 100 mil pessoas.
Na quinta-feira passada, outro caso veio a público com a demissão do “número dois” do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o britânico Justin Forsyth.
O representante apresentou demissão após ter sido acusado de comportamento inapropriado com colegas mulheres quando trabalhava na organização Save the Children.
Também em fevereiro, a Médicos sem Fronteiras anunciou ter identificado 24 casos de assédio e de abuso sexual em 2017 no seio daquela organização não-governamental.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, decretou recentemente uma regra de tolerância zero face a qualquer comportamento sexual inapropriado que seja cometido dentro da organização ou das respetivas agências.
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