Há “40 a 60%” de probabilidade de ser içado o sinal 8 de tufão no domingo, afirmou a responsável dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SGM), Florence Leong.
Já o sinal 9 é ainda considerado uma possibilidade remota, mas não totalmente afastada. “A não ser que venha muito direto a Macau, ou seja muito rápido, não iremos içar o 9″, adiantou, em conferência de imprensa.
Atualmente está içado o sinal mais baixo, o 1, mas espera-se que este seja elevado para 3 antes da meia-noite (17:00 em Lisboa).
A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10.
As ressalvas de Leong surgem depois de o diretor dos SMG Fong Soi Kun ter apresentado demissão na quinta-feira, um dia depois de Macau ser atingida pelo pior tufão em 50 anos, que matou 10 pessoas. Os SMG foram duramente criticados pelo ‘timing’ do hastear dos sinais, que permitem, consoante a intensidade, adotar medidas de prevenção.
Fong argumentou que houve uma mudança repentina da trajetória do Hato além de a tempestade tropical se ter fortalecido mais do que aquilo que se previa, ao ponto de até ser designada na vizinha Hong Kong de ‘supertufão’.
O alerta de ‘storm surge’, relativo ao nível da água e ondulação marítima, foi emitido hoje pelas 18:30 (11:30 em Lisboa), no grau mais baixo, o amarelo, para alertar que, para as 11:00 de domingo (04:00 em Lisboa), se prevê que que “o nível de água atinja valores inferiores a 0,5 metros acima do nível do pavimento”.
“Temos um grau superior, o vermelho, mas não há previsões [de ser ativado], a não ser que o tufão venha com muita velocidade”, disse Leong, alertando que no domingo a cidade irá registar “mais chuvas e ventos mais fortes”.
Segundo o portal dos SMG, às 18:00 o Pakhar localizava-se a 600 quilómetros de Macau, a uma velocidade de 30 quilómetros por hora. Espera-se que o tufão passe a uma distância de 100 a 150 quilómetros de Macau entre as 11:00 e as 12:00 (04:00 e 05:00 em Lisboa) de domingo.
“Na altura, será um momento alto do impacto do ciclone tropical para o território. Aguaceiros e ventos vão tornar-se mais frequentes e será também nessa altura que se prevê o pico das inundações”, indicaram os SMG.
Na conferência de hoje, onde estiveram presentes vários responsáveis da administração, tanto os serviços de água como os de energia afastaram a possibilidade de novos cortes nos abastecimentos devido à aproximação do novo tufão.
“Penso que não vai haver possibilidade de se cortar a água, uma vez que já temos as estações de tratamento de água todas a funcionar normalmente”, disse Susana Wong, diretora dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água.
Um dos principais motivos para o corte de água em Macau prendeu-se com a avaria da estação de tratamento da Ilha Verde, que abastece mais de metade da península.
“Ainda temos algumas obras de reforço para que a estação da Ilha Verde funcione normalmente, evitando que algumas partes possam avariar e assim cortar a água. Já demos orientações à Sociedade de Abastecimento de Águas de Macau (SAAM) para que faça o reforço devido, evitando que no próximo tufão haja corte”, acrescentou.
Wong sugeriu também que aqueles que não tenham água em casa se desloquem aos balneários das piscinas públicas, que já estão a funcionar, evitando, assim retirar água de bocas de incêndio, algo que “atrasa o abastecimento” dos edifícios e coloca riscos à capacidade de combater um eventual incêndio.
Informação semelhante foi dada pelo diretor do Gabinete para o Desenvolvimento do Setor Energético: “Já tivemos um contacto com a rede Nam Kwong, da China, (…) prometendo o abastecimento de eletricidade com pressão devida para Macau, sem qualquer problema perante a chegada do próximo tufão. Também já demos orientações à CEM (Companhia de Eletricidade de Macau) para adotar medidas de precaução para evitar qualquer corte. Agora a rede elétrica já está a funcionar bem e por isso nos próximos tempos não iremos ter este problema de corte de eletricidade”.
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