“Não faço parte daqueles que procuram, de alguma forma, apagar competências ou ter ao leme da Comissão ou do Conselho Europeu líderes que não ofusquem os chefes de Estado e de Governo. Precisamos de líderes com grande experiência, grande legitimidade”, frisou à saída da cimeira europeia informal que decorreu hoje em Bruxelas.
O Conselho Europeu reuniu-se hoje para iniciar as discussões sobre as nomeações para os cargos de topo na União Europeia – presidência da Comissão, Conselho e Parlamento Europeu, assim como o posto de Alto Representante para a Política Externa -, reforçando a posição de que cabe aos 28 indicar os nomes para aqueles cargos, sem ter de seguir o processo de ‘spitzenkandidaten’ (termo alemão que designa candidatos principais das famílias políticas na assembleia europeia).
Assumido crítico do alemão Manfred Weber, o candidato do Partido Popular Europeu (PPE), aquele que mais eurodeputados elegeu no escrutínio europeu, Emmanuel Macron lembrou que a Comissão Europeia é “o maior poder executivo da Europa” e, como tal, a pessoa que seja nomeada para o cargo “deve saber o que é um poder executivo” e deve ter “competência para exercê-lo”.
“Estamos a falar de presidir ao Conselho Europeu, o que significa que precisamos da legitimidade de um líder para fazê-lo, de presidir ao Parlamento Europeu… Precisamos dos melhores”, rematou.
O Presidente francês assumiu que circulam nomes no momento e que outros podem surgir nos próximos dias, mas que a sua prioridade é nomear “as pessoas mais qualificadas”.
Ao contrário de Macron, a sua aliada habitual, a chanceler alemã, Angela Merkel, voltou a insistir no seu candidato, Manfred Weber, para presidir à Comissão, estimando que a experiência executiva não é imprescindível para liderar a instituição.
O alemão só tem experiência no Parlamento Europeu, onde liderou o grupo parlamentar do PPE, ao contrário do candidato socialista, o holandês Frans Timmermans, e da principal candidata dos liberais, a dinamarquesa Margrethe Vestager.
O primeiro foi ministro dos Negócios Estrangeiros entre 2012 e 2014 e ocupou nos últimos cinco anos o cargo de primeiro vice-presidente da Comissão Europeia, enquanto a atual comissária europeia da Concorrência foi vice-primeira-ministra e Ministra da Economia entre 2011 e 2014.
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