"O que é fantástico são deputados portugueses no Parlamento Europeu que são os primeiros a dar tiros e a estragar o trabalho que está sendo feito no nosso próprio país", disse na abertura do II Encontro Intercalar dos Investidores da Diáspora, que decorre no Funchal.

Miguel Albuquerque considerou que a atitude desses políticos contra o Centro Internacional de Negócios da Madeira apenas beneficia os interesses de outros centros na Europa, como Malta, Chipre, Holanda e Luxemburgo.

"Isto é que é não saber trabalhar", lamentou, vincando a necessidade de se defender em conjunto os "interesses fundamentais do país", onde o Centro Internacional de Negócios da Madeira é uma "plataforma fundamental" para desenvolvimento.

O chefe do executivo disse que em causa estão "interesses estratégicos", assegurando depois aos empresários da diáspora que "a Madeira tudo fará para receber os investimentos que queiram fazer aqui".

"O investidor que quer criar riqueza, quer trazer emprego, é apoiado e acarinhado", reforçou.

A sessão de abertura do II Encontro Intercalar dos Investidores da Diáspora contou também com a presença do secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, que destacou o facto de o Gabinete de Apoio aos empresários emigrantes ter já acompanhado mais de 500 milhões de euros de investimentos em todo o território do continente e regiões autónomas.

"É disto que estamos a falar, de promover o encontro, o conhecimento, a confiança entre os autores públicos e privados, tendo em vista motivar, mobilizar, apoiar, acompanhar intenções de investimento", disse.

José Luís Carneiro indicou, também, que está em execução uma linha de crédito de 50 milhões de euros para acompanhar as intenções de investimento de emigrantes que regressam da Venezuela, dois quais cinco milhões são destinados à Madeira, que já recebeu mais de 8.000 emigrantes desde 2016 devido a instabilidade social e económica no país.

O secretário de Estado das Comunidades destacou ainda a importância das remessas dos emigrantes, indicando que entre 2010 e 2018 ultrapassaram os 30 mil milhões de euros.

"Isto significa que se extraíssemos aos fundos comunitários as comparticipações nacionais, nós teríamos mais transferências financeiras das remessas do que teríamos das transferências destinadas à coesão do país", afirmou.