“É com preocupação que observo que o Governo Regional [da Madeira] já matou a obra do hospital até 2019”, disse Carlos Pereira em conferência de imprensa.
O presidente dos socialistas madeirenses criticou o PSD e o executivo liderado por Miguel Albuquerque por se “constituírem obstáculos à construção e ao cofinanciamento do novo hospital”.
Carlos Pereira reafirmou que “o Governo da República vai cofinanciar 50% da obra do hospital quando o Governo Regional apresentar um concurso público internacional”.
Mas, argumentou que o executivo do arquipélago “falhou” no seu trabalho que era garantir a propriedade da totalidade dos terrenos que são necessários expropriar e lançar o concurso público para o efeito, vincando que “não há no Orçamento de Estado obras pré pagas”.
“Não havendo adjudicação da obra não há pagamento”, realçou o líder do PS/Madeira, vincando que o Estado “vai cofinanciar” o projeto, mas “não vai fazer a obra”, sendo esta uma responsabilidade do Governo Regional da Madeira.
Carlos Pereira também apontou que, em 2017, “o Governo Regional não orçamentou o dinheiro suficiente para essas expropriações, tendo orçamentado apenas três milhões de euros, quando, na verdade, as mesmas têm um custo de 25 milhões de euros”.
No seu entender, “isto demonstra que, em 2017, o Governo Regional não tinha nenhuma intenção de lançar o concurso, nem ter os terrenos do seu lado”.
“Mas pior, o secretário regional da Saúde veio publicamente fazer uma conferência de imprensa, na sequência de uma reunião de grupo de trabalho sobre o hospital”, recordou, mencionando que o titular da pasta, Pedro Ramos, referiu que “em “2018 o Orçamento Regional vai ter 5 milhões de euros para as expropriações e em 2019 serão 13 milhões de euros”.
Segundo o responsável socialista insular, estas declarações evidenciam que “o Governo Regional não tem nenhuma intenção de construir o novo hospital, neste mandato, uma vez que só está a pensar ter todos os terrenos do seu lado no final de 2019, colocando a maior expressão de verbas para as expropriações exatamente, no último ano, do seu mandato, por interesses eleitoralistas”.
Carlos Pereira salientou que a consagração no OE de 2017 da comparticipação na obra do novo hospital da Madeira “foi um facto inédito e histórico porque nunca houve consolidação de um projeto de interesse comum quer para a Madeira ou Açores”.
Por isso, considerou ser “desonestidade [do Governo da Madeira do PSD] dizer que não avança porque Governo da República não manda dinheiro”.
O projeto de construção do novo hospital da Madeira tem um custo estimado em 340 milhões de euros.
Em março deste ano, aquando de uma visita que realizou à Madeira, o primeiro-ministro, António Costa, assegurou que o Estado iria comparticipar em 50% esta obra, no projeto de construção e equipamentos.
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