Em comunicado, o PS/Madeira indica que a votação decorre entre as 10:00 e as 22:00, em 17 locais distribuídos por todos os concelhos da região.

Paulo Cafôfo, atual presidente dos socialistas madeirenses, apresenta-se como o único candidato à liderança, com a moção de estratégia global intitulada “Estabilidade e Compromisso”, que contou com quase mil subscritores.

Na nota, o PS sublinha que o objetivo da eleição é reforçar a liderança da estrutura regional “com o firme propósito de se apresentar às eleições legislativas regionais com o compromisso de garantir as necessárias estabilidade e mudança na região”.

“Numa conjuntura marcada por uma crise política e uma instabilidade sem precedentes, com um Governo Regional do PSD que tem governado em prol de interesses pessoais e partidários e que não resolve os problemas com que a Madeira e os madeirenses se defrontam, Paulo Cafôfo assume o firme compromisso de apresentar e pôr em prática as soluções em áreas prioritárias como a saúde, a habitação, a diversificação económica, o aumento dos rendimentos e a justa distribuição da riqueza”, lê-se no comunicado.

O congresso dos socialistas madeirenses realiza-se nos dias 22 e 23 de fevereiro.

Carlos Pereira, antigo líder da estrutura regional do PS e atual deputado na Assembleia da República, eleito pelo círculo de Lisboa, defendeu anteriormente que se deveriam realizar eleições primárias e manifestou-se disponível para ser candidato.

Em resposta, Paulo Cafôfo decidiu avançar com a proposta de eleições internas, aprovada em 12 de janeiro pela comissão política regional, e desafiou o antigo líder a concorrer.

Logo após o anúncio do sufrágio, Carlos Pereira disse, em declarações ao Diário de Notícias, que não iria candidatar-se por o prazo anunciado ser um "jogo viciado".

Paulo Cafôfo, que foi reeleito presidente do PS/Madeira em 2 de dezembro de 2023, respondeu que Carlos Pereira “já sabia muito bem quais eram os prazos” e que as eleições internas são realizadas pelo calendário eleitoral.

“Para mim há aqui uma falta de coragem por parte de um militante que num dia quer avançar e noutro dia, obviamente quando se dá essa oportunidade, não avança e, portanto, ficou claro que as suas intenções continuam a ser só as de prejudicar o partido”, afirmou.

O Governo Regional minoritário do PSD foi derrubado em 17 de dezembro de 2024 com a aprovação de uma moção de censura apresentada pelo Chega, que a justificou com as diferentes investigações judiciais envolvendo o chefe do executivo, Miguel Albuquerque, e quatro secretários regionais, todos constituídos arguidos.

A aprovação da moção de censura, inédita na Região Autónoma da Madeira, implicou, segundo o respetivo o Estatuto Político-Administrativo, a demissão do Governo Regional, constituído em 6 de junho do mesmo ano, que permanecerá em funções até à posse do novo executivo.

Face a esta situação política, e depois de convocar o Conselho de Estado, em 17 de janeiro, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, anunciou a dissolução do parlamento madeirense e convocação de novas eleições regionais antecipadas em 23 de março – o terceiro sufrágio em cerca de um ano e meio.