“Esta é a primeira sidraria da Madeira que está tecnicamente habilitada para produzir a melhor sidra da região”, destacou Miguel Albuquerque na abertura desta unidade industrial instalada na freguesia do Santo da Serra, concelho de Machico.
Trata-se de um projeto que representou um investimento na ordem dos 183.000 euros, sendo 199 mil relativos aos custos da empreitada de beneficiação e adaptação de espaço para a instalação da sidraria.
Os outros 64 mil correspondem à aquisição dos equipamentos, como o sistema de corte e prensagem das maçãs, cubas de fermentação e estágio, e linha de engarrafamento, rotulagem, rolhagem/capsulagem da bebida.
O governante madeirense salientou ser necessário a região “modernizar os seus produtos” e, neste caso, “criar uma marca para introduzir no mercado” uma bebida que é apreciada pelos “consumidores locais e milhões de turistas que visitam a região todos os anos”.
O responsável do executivo insular sublinhou ser preciso os produtores, a rede de comercialização e a Madeira “tirarem partido desta infraestrutura”, dado a região estar num ciclo de crescimento económico, podendo contribuir para fomentar “mais rendimento, mais emprego e mais dinheiro disponível para a sociedade”.
Miguel Albuquerque sublinhou que a agricultura não é “uma atividade menor, subalterna ou residual” na região, sendo um setor que tem crescido “exponencialmente” e representou rendimentos na ordem dos 60 milhões de euros, em 2019.
“Temos de olhar para atividade agrícola como um setor central na vida comum da sociedade”, sustentou.
Numa demonstração da aposta do Governo da Madeira na agricultura, o governante recordou a abertura da Escola Agrícola, no concelho de São Vicente, no norte da ilha, em 2015/2016, “visando habilitar os empresários e agricultores, dotá-los de competências para produzirem com boas condições e tirarem rentabilidade deste setor económico essencial”.
Por isso, para Miguel Albuquerque, a abertura da primeira sidraria “não é um capricho do presidente da junta [daquela localidade], da associação de produtores, nem de curiosos”.
O seu objetivo é “rentabilizar uma produção que tem história no Santo da Serra, na Madeira e aproveitar a variedade autóctone do pero e da sidra produzida na região”.
“Nós não estamos a produzir, estamos a importar e temos de introduzir esta nossa produção com o nosso pero e vamos colocar esta bebida no mercado dizendo que é uma das melhores do mundo”, vincou, concluindo que esta é uma aposta “para ganhar dinheiro e não para curiosos”.
O Governo da Madeira decidiu promover o projeto de construção e equipamento das Sidrarias da Madeira, maximizando o elevado potencial da sidra regional e conferindo a esta bebida tradicional a mais adequada abordagem aos mercados consumidores, alavancando a produção de maçãs e peros de variedades regionais, menciona uma nota divulgada pela presidência do executivo insular.
Este projeto prevê a construção e equipamento de uma rede de mini-sidrarias coletivas, a serem instaladas nas principais localidades da ilha da Madeira com maior tradição na produção desta bebida.
Na freguesia de Santo António da Serra, no concelho de Machico é histórica a tradição da produção e consumo de sidra, por isso, foi escolhida para a instalação da primeira unidade, estando perspetivado que surja uma sidraria central na ex-fabrica da Camacha (Santa Cruz) que vai apoiar as infraestruturas locais.
A sidraria central vai também ter equipamento mais evoluído para produzir sidras naturais mais elaboradas para o fabrico desta bebida gaseificada e espumante, além de capacidade de conservação e de armazenamento para apoio ao desenvolvimento/acabamento dos diversos “géneros” de sidra a obter.
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