O braço militar do Hamas divulgou, na segunda-feira, um vídeo que mostrava Mia Schem, de 21 anos, com o braço ligado. Foi o primeiro sinal de vida de qualquer um dos reféns desde que atiradores oriundos da Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007, invadiram as fortificações fronteiriças, matando mais de 1.400 pessoas em Israel.
“Não sabia se ela estava viva ou morta até ontem”, disse a mãe da jovem, Keren Schem, em conferência de imprensa. “Tudo o que eu sabia é que ela poderia ter sido raptada. Estou a implorar ao mundo que traga a minha bebé de volta a casa. Ela só foi a uma festa, a um festival, para se divertir. Agora está em Gaza”.
Mia Schem foi raptada numa rave no deserto, logo a seguir à fronteira de Gaza, que se tornou o local do que se crê ser o pior massacre de civis na história de Israel.
Pelo menos 260 pessoas foram mortas a tiro quando militantes armados, em camiões e motos, atravessaram o vasto campo do Kibbutz Re’im, onde milhares de pessoas se tinham reunido para uma noite de música eletrónica.
Civis e soldados, jovens e idosos, israelitas e não israelitas encontravam-se entre as pelo menos 199 pessoas sequestradas de Re’im e de outras zonas do sul de Israel.
“Trata-se de um crime contra a humanidade e devemos todos reunir-nos para pôr termo a este terror e trazer toda a gente de volta a casa”, afirmou Keren Schem.
Os Estados Unidos apelaram hoje ao Hamas para que libertasse imediatamente todos os reféns, incluindo cidadãos americanos.
“Em primeiro lugar, não deveria haver razão para eles terem reféns. E, em segundo lugar, estamos a trabalhar arduamente com os nossos parceiros na região para garantir a libertação de todos os reféns”, disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, no programa Today da NBC.
“Sabemos que há um pequeno número de americanos, mas todos eles precisam de regressar a casa e de estar com as suas famílias, e estamos a trabalhar arduamente nesse sentido”, acrescentou.
A situação dos reféns tem dominado os meios de comunicação social israelitas desde o ataque. A captura de tantos reféns civis não tem precedentes na história de Israel, e as entrevistas com familiares são transmitidas ao longo do dia.
Os militares israelitas disseram que a família de Schem foi informada do rapto na semana passada e as autoridades rejeitaram o vídeo como propaganda destinada a fazer o Hamas parecer humano. As autoridades israelitas prometeram manter o cerco a Gaza até que os reféns sejam libertados.
Mia Schem tem também nacionalidade francesa, o que levou o presidente francês, Emmanuel Macron, a condenar os sequestros.
“A tomada de reféns, civis e militares, de todas as nacionalidades, e o recurso à chantagem nesta altura é absolutamente odioso e inaceitável”, afirmou Macron numa conferência de imprensa na Albânia.
O responsável acrescentou ainda que a França está a trabalhar com as autoridades israelitas e com o Hamas, através de terceiros, para conseguir a libertação dos reféns franceses e de outros.
O grupo islamita Hamas lançou no dia 07 um ataque surpresa contra Israel. Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.
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