O representante diplomático português na capital andaluza João Queiroz destacou à agência Lusa o programa “intenso” que as autoridades espanholas realizaram durante todo o dia em Sanlucar de Barrameda, localidade da província de Cádis, para assinalar a data e o local de onde partiu a expedição que deu a primeira volta ao mundo por mar, liderada por Fernão de Magalhães, há 500 anos, a 20 de setembro de 1519.

“Foi um dia intenso, começou às 08:00 da manhã com a saída da fragata Vitória da Marinha espanhola até ao porto de Sanlucar, numa cerimónia bonita de homenagem aos marinheiros, e vê-se sobretudo o interesse da sociedade civil, - tanto em Sanlucar, como em Sevilha e, em geral, na Andaluzia - por estas comemorações”, afirmou João Queiroz.

O cônsul-geral de Portugal em Sevilha falou à Lusa à entrada para a cerimónia de apresentação oficial de uma moeda de 2 euros comemorativa do V Centenário da viagem de circum-navegação, cunhada pela Casa da Moeda de Espanha, e salientou a importância das iniciativas que “tanto a Diputación, como a Junta [da Andaluzia] e o Governo [de Espanha] vai fazendo”.

“É muito interessante ver o empenho que existe aqui da sociedade civil [espanhola] e acaba por se enriquecedor ver, tanto em Sevilha como aqui [em Sanlucar de Barrameda], como desde conferências de história, iniciativas nas escolas e de tudo um pouco tem sido feito para dar a conhecer o que foi feito há 500 anos e também inspirarmo-nos no que aconteceu há 500 anos para o futuro”, considerou.

A mesma fonte disse ainda que esse é também o principal objetivo das comemorações portuguesas, conseguir “inspiração no que aconteceu há 500 anos” para destacar a “importância do conhecimento e da cultura dos oceanos no século XXI”.

João Queiroz recordou ainda que as autoridades espanholas já “têm feito várias comemorações” em Sevilha, como “no dia 12 de setembro a inauguração de uma exposição, com a presença dos reis [de Espanha] e do embaixador de Portugal em Madrid” e acrescentou que as autoridades de um país estarão presentes sempre nas iniciativas que os outros realizaram, como hoje aconteceu.

A apresentação da moeda comemorativa dos 500 anos contou também com a presença da vice-presidente do Governo espanhol, Cármen Calvo, que salientou a importância da viagem que permitiu à coroa de Castela encontrar uma rota para as especiarias por oeste, fora do percurso que já existia por oriente e que era controlado por Portugal.

“Sanlucar e o seu porto foi a última terra que viu esta expedição que tanto bom nome deu a Espanha nos últimos 500 anos e é nossa obrigação, e agradeço muito ao alcalde [de Sanlucar de Barrameda] que o Governo possa estar aqui a recordar um ato tão imponente que, desde o nosso país, com o amparo da coroa de Castela, permitiu oferecer ao Mundo um descobrimento extraordinário da terra e das suas possibilidade, de autoconhecimento e de navegação”, disse a governante espanhola, que preside à comissão interministerial do V Centenário.

A vice-presidente do Governo espanhol disse ainda que nenhuma da gerações que sucederam aos protagonistas da primeira circum-navegação “poderá reconhecer suficientemente o valor e o sofrimento que estes homens” tiveram para terminar a viagem à volta do Mundo em cerca de três anos.

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