“Quis deixar-lhes três compromissos da minha parte enquanto responsável político, independente das funções que venha a ter no futuro”, disse a jornalistas José Luís Carneiro, que é também candidato à liderança do PS nas eleições diretas, no final da cerimónia em que foi condecorado pela Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) com o crachá de ouro dos bombeiros.
O ministro considerou que deve ser revista a lei de financiamento permanente das associações humanitárias de bombeiros e deve avançar-se com a reforma da Escola Nacional de Bombeiros, “transformando-a num centro nacional que integre todos os centros de saber do país e internacionais”.
“Sou um defensor intransigente de se reavaliar a lei de financiamento permanente dos bombeiros portugueses, para se procurar um financiamento que integre um financiamento da administração central, da administração local e também do contributo dos mecenas que por todo o país contribuem para os bombeiros portugueses”, precisou.
José Luís Carneiro afirmou também que é necessário criar um fundo de financiamento permanente para a modernização das infraestruturas e equipamentos dos bombeiros devido ao financiamento dos mecenas, que devem criar uma pareceria com o Estado.
Segundo o ministro, este fundo tem em vista “ultrapassar aquilo que é uma dependência dos fundos europeus nesta matéria”.
José Luís Carneiro afirmou ser “uma honra” receber o crachá de ouro dos bombeiros, a mais importante condecoração para os bombeiros portugueses.
O presidente da LBP, António Nunes, afirmou que a Liga “naturalmente reconhece sempre que há um trabalho profícuo” e os bombeiros “estão melhor” após 14 meses em que José Luís Carneiro esteve à frente do MAI.
António Nunes reconheceu que “a LBP teve algumas divergências, mas foi através das divergências que se conseguiram algumas conquistas”.
“Temos toda a frontalidade de dizer ao ministro e ao Governo que discordamos quando temos que discordar, mas temos de reconhecer quando fazemos avanços. Naturalmente que gostávamos de estar noutro posicionamento, temos o nosso comando nacional dos bombeiros que ainda não está completamente finalizado”, precisou, dando também conta que a revisão da lei do financiamento não se concretizou durante os 14 meses em que José Luís Carneiro esteve no cargo.
António Nunes salientou também que a Liga notou por parte do ministro da Administração Interna “uma vontade de ouvir as reivindicações dos bombeiros e de se aproximarem em posições sucessivas”, manifestando por isso esperança que o próximo titular da passa tenha a mesma atenção.
Para mostrar que nem sempre a LBP está de acordo com o Governo, sustentou que, neste momento, a Liga está “num processo de divergência com o Ministério da Saúde devido ao encerramento das urgências porque os bombeiros estão a transportar os doentes em maiores distâncias”.
José Luís Carneiro foi o segundo ministro da Administração Interna a receber o crachá de ouro dos bombeiros depois de Miguel Macedo (PSD).
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