Margarida Blasco começou por lembrar que os bombeiros sapadores, que se estão a manifestar em frente ao Parlamento, em Lisboa, "são bombeiros cujo patrão não é o Estado". "São bombeiros das autarquias, dependem das autarquias locais", frisou.

A ministra da Administração Interna recordou também que "as reivindicações que estes bombeiros estão a fazer duram há 22 anos". "Estão a tentar, e vão conseguir com certeza, ter o estatuto do bombeiro".

"A última reunião foi na passada sexta-feira. As conversações estão a ter um bom ritmo, no sentido de chegarmos a um bom porto relativamente ao estatuto dos bombeiros", assinalou.

Sobre os bombeiros voluntários, a ministra disse que estes tiram "um aumento de 25% nas suas remunerações nos dias em que decorreram aqueles violentos incêndios".

"É à mesa de negociações que se fazem os acordos. Este governo tem dado provas disso", referiu, enumerando os casos dos enfermeiros, dos oficiais de justiça, dos guardas prisionais ou das forças armadas.

Margarida Blasco deixou ainda “uma palavra de apreço” aos elementos da PSP “pela maneira como mantiveram a paz pública em frente a um órgão de soberania”.

A manifestação de hoje foi promovida pelo Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores (SNBS) e envolveu a participação de centenas de bombeiros sapadores de todo o país que reclamam "um aumento salarial para compensar a subida da inflação, idêntico ao que foi dado em 2023 pelo anterior Governo aos polícias, e um subsídio de risco semelhante ao que foi dado às forças de segurança.

Pedem ainda uma regulamentação do horário de trabalho, a reforma aos 50 anos e um regime de avaliação específico.

Ao longo do protesto, os manifestantes derrubaram as barreiras colocadas pela PSP.

Vários deputados associaram-se à luta dos bombeiros sapadores, tendo saído do interior da Assembleia da República e descido a escadaria.

Foi o caso de Mariana Leitão, da Iniciativa Liberal, Alfredo Maia, do PCP, a líder do PAN, Inês Sousa Real, e Fabian Figueiredo, do Bloco de Esquerda, e André Ventura, do Chega.

Dentro do parlamento, também os deputados André Rijo, do PS, Rui Tavares, do Livre, e Hugo Soares, do PSD, prestaram declarações aos jornalistas sobre o assunto.