“Desde a base até ao topo, todos terão aumentos salariais, não é apenas para 2023, ao abrigo do acordo de rendimento estabelecido, são aumentos que ocorrerão em 2023, 2024, 2025 e 2026. São os maiores aumentos salariais desde 2010”, disse aos jornalistas José Luís Carneiro no final da cerimónia militar comemorativa do aniversário da Unidade de Controlo Costeiro da GNR.

O ministro foi questionado sobre os protestos recentes dos elementos da PSP e GNR, nomeadamente a concentração na sexta-feira em frente à Presidência da República, em que pediram a Marcelo Rebelo de Sousa que sensibilize o Governo para as questões relacionadas com a dignificação das carreiras e aumentos dos salários.

Os sindicatos da Polícia de Segurança Pública e as associações socioprofissionais da Guarda Nacional Republicana ameaçam com um manifestação nacional em novembro, durante a discussão do Orçamento do Estado (OE), caso nada seja alterado pelo Governo.

“Está nos termos em que foi comunicado aos sindicatos da PSP e associações representativas da Guarda. Tomaram conhecimento, porque lhes quis transmitir em primeira mão as alterações previstas para o OE de 2023, que haverá um aumento salarial na base da carreira na ordem dos 100 euros, que varia entre os 90 e os 107 euros, e depois a partir daí em todos os níveis remuneratórios haverá um aumento médio de 50 euros até aos 2.700 de remuneração, acima dos 2.700 euros há um aumento de 2%, o que significa variações entre os 60 e 100 euros”, precisou.

O ministro considerou “absolutamente” legítimas as manifestações, sustentando que os sindicatos da PSP e associações representativas da GNR “têm o direito constitucional de se manifestarem e de procurarem defenderem os seus interesses”.

O governante afirmou também existir uma “total abertura” de contacto entre o Ministério da Administração Interna e sindicatos e associações do setor, com quem já esteve reunido quatro vezes

O ministro disse ainda que há algumas matérias que têm vindo a ser trabalhadas, como o subsídio de refeição e a uniformidade das ajudas de custo, e que vão ser “objeto de apreciação”.

Mais de uma centena de elementos das várias polícias realizaram na sexta-feira à tarde uma concentração frente à Presidência da República.

Durante a vigília, a Comissão Coordenadora Permanente (CCP) dos Sindicatos e Associações dos Profissionais das Forças e Serviços de Segurança, que congrega sindicatos e associações da PSP, GNR, SEF, guardas prisionais, Polícia Marítima e ASAE, entregou um documento na Presidência em que pediu ao chefe de Estado para sensibilizar o Governo para as questões relacionadas com a dignificação das carreiras e aumentos dos salários.

“Perante a ausência de reposta e de recetividade por parte do Governo, vimos junto de V. Exa. solicitar que interceda junto do mesmo, no sentido de o sensibilizar para a necessidade de serem vertidas no Orçamento do Estado medidas que garantam a dignificação das carreiras e da vida daqueles que são o primeiro rosto do Estado junto do cidadão”, pedem os elementos das forças e serviços de segurança num documento entregue na Presidência da República.