Estes pequenos sapos tiveram uma longa viagem, realizando milhares de quilómetros desde as florestas do sul do Chile até Londres, tendo sido carregados e chocados dentro dos sacos vocais dos pais por segurança, noticiou a agência Associated Press (AP).
As populações conhecidas de sapos de Darwin sofreram um declínio de 90% num ano desde que uma doença mortal conhecida como fungo quitrídio chegou em 2023 ao seu habitat, as florestas do Parque Tantauco, no sul do Chile.
O fungo afetou centenas de espécies de anfíbios em todo o mundo.
As criaturas têm uma estratégia reprodutiva única: depois de as fêmeas colocarem os ovos, os sapos machos protegem e criam os pequenos girinos dentro dos seus sacos vocais distensíveis, para que se desenvolvam em segurança.
Uma equipa de cientistas viajou para as florestas do Chile em outubro à procura de sapos de Darwin saudáveis e livres da doença infecciosa.
Recolheram 52 sapos, que foram colocados em caixas climatizadas para uma viagem de 11.265 quilómetros de barco, carro e avião até à sua nova casa em Londres.
Do grupo, 11 sapos machos — cada um com menos de 3 centímetros — geraram 33 girinos que nasceram no zoo.
“Sabíamos que estávamos a embarcar em algo especial — o tempo estava a passar e precisávamos de agir rapidamente se quiséssemos salvar estes sapos”, realçou Ben Tapley, tratador de anfíbios do Jardim Zoológico de Londres.
Tapley realçou que a criação bem-sucedida das crias pelos pais era um “poderoso símbolo de esperança para a espécie”.
Os sapos são agora mantidos aos pares dentro de dezenas de tanques de vidro cheios de musgo e com temperaturas que imitam o seu habitat natural.
Os tratadores disseram que o zoo criará um programa de reprodução para estes, e quaisquer sapos que criem poderão ser reintroduzidos na natureza mais tarde.
Andres Valenzuela-Sanchez, investigador da ZSL, a instituição de caridade de conservação por detrás do Jardim Zoológico de Londres, vincou que o projeto irá garantir que a espécie tem uma hipótese de recuperação.
“Estes sapos não são apenas vitais para o futuro das suas espécies, mas também nos ajudam a compreender melhor como podemos combater o fungo quitrídio e proteger outros anfíbios a nível global”, apontou.
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