“Foram detidos 371 indivíduos e lavrados 44 processos-crime e remetidos ao Ministério Público para posteriores trâmites legais”, disse o porta-voz da PRM, Orlando Mudumane, em declarações à comunicação social, num balanço da ação policial face às manifestações de quinta-feira convocadas pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

Venâncio Mondlane convocou dois dias de paralisação e manifestação “pacífica” nacional em Moçambique a partir de quinta-feira, coincidindo com a divulgação dos resultados eleitorais pela Comissão Nacional de Eleições (CNE).

“Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos. E não precisamos de informar a polícia, o município”, anunciou Venâncio Mondlane, tendo acrescentado que “o país nestes dois dias deve ficar parado”.

A CNE anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) na eleição a Presidente da República de 9 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%.

Na terceira posição ficou Ossufo Momade, presidente da Renamo, até agora maior partido da oposição, com 5,81%, seguido de Lutero Simango, presidente do MDM, com 3,21%.

O anúncio dos resultados aconteceu no primeiro dos dois dias de greve geral e manifestações convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane que contesta os resultados no processo eleitoral deste ano, marcado por confrontos entre manifestantes e a polícia nas principais avenidas da capital moçambicana.