Em comunicado, a nova entidade, a Associação de Marcas de Retalho e Restauração de Portugal, diz que representa cerca de dois mil milhões de euros de volume de negócios e mais de 20 mil postos de trabalho.
Numa primeira ação, a nova associação enviou ao Ministério da Economia um documento com “nove medidas urgentes” que pretendem evitar o despedimento definitivo de grande parte dos seus 100.000 empregados diretos e 200.000 indiretos.
Os associados lembram que estrutura nasceu num contexto em que o fecho das lojas físicas que se impôs na sequência das orientações da Direção Geral da Saúde e das medidas impostas pelo Governo, tendo levado a uma quebra abrupta do consumo e à preocupação do setor retalhista.
Segundo os porta-vozes e fundadores da associação, Miguel Pina Martins e Nuno Carvalho, “as rendas são uma variável pesadíssima nos negócios e por isso é imperativo que o Governo legisle sobre os contratos de utilização de espaço comercial, em centro comercial, e reconheça que não podem ser abrangidos pelas regras” em vigor.
“Relativamente aos contratos de arrendamento não habitacional, é crítico que o Governo legisle sobre a necessidade de carência das rendas no período de encerramento total ou parcial da atividade — só assim teremos bases de entendimento com os proprietários e condições para preparar as nossas empresas para a retoma”, referem.
Para as diferentes empresas associadas, esperando uma retoma lenta e progressiva, é essencial solucionar as medidas de alívio fiscal e, sobretudo, fazer chegar dinheiro às empresas.
Segundo os responsáveis, a nova associação nasceu de contactos informais entre empresários “que partilhavam experiências de gestão nestes difíceis tempos de crise provocados pela covid-19″ e rapidamente gerou interesse de várias marcas de norte a sul do país e levou à criação da nova associação.
Representando, para já, mais de 85 marcas, a associação tem como missão representar, juntos dos decisores políticos e parceiros de negócio, os interesses das marcas associadas, numa abordagem única e construtiva.
A associação acredita que a adoção urgente destas medidas contribuirá para evitar o entupimento dos tribunais “com milhares, senão mesmo dezenas de milhares de processos, e evitar a insolvência de mais de 500 empresas diretas e de 1.000 empresas indiretas” e diminuir “significativamente” a perda de receita fiscal e encargos da Segurança Social.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 176 mil mortos e infetou mais de 2,5 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 567 mil doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 762 pessoas das 21.379 registadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.
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