“As principais reclamações são relativas ao transporte rodoviário, que tem mais de 60% das reclamações. Depois, temos o ferroviário, com mais de 17%, e o Metropolitano com mais de 14%”, disse.
Numa altura em que decorre a Semana Europeia da Mobilidade, a responsável salientou que os transportes rodoviário, ferroviário e metropolitano são “os mais reclamados”, sendo que a maioria das queixas diz respeito à Área Metropolitana de Lisboa.
Só em atrasos nos transportes públicos, os utentes perderam cerca de 3.100 horas de tempo familiar e laboral.
“As principais reclamações são relativas a atrasos, a cancelamentos, à diminuição e supressão de linhas de percurso e horários. Só estes três fatores representam mais de 50% das queixas dos consumidores”, adiantou.
De acordo com Ana Sofia Ferreira, têm vindo a aumentar as reclamações relativas à higiene, conforto e qualidade do material circulante, mas também das gares, estando estas últimas muitas vezes relacionada com a falta de manutenção das casas de banho, das escadas rolantes e de elevadores que não funcionam.
Para conhecer melhor a situação, salientou a coordenadora, a Deco decidiu verificar a pontualidade e a regularidade dos comboios suburbanos.
“Durante 10 dias úteis, em maio deste ano, controlámos comboios suburbanos que circularam em todas as linhas de Lisboa, Porto e Coimbra, com destino a estas cidades e com hora prevista de chegada entre as 07:00 e as 10:30″, explicou.
Segundo Ana Sofia Ferreira, foram verificados 170 comboios por dia, num total de 1.700. As linhas de Cascais e Sintra foram as que tiveram pior desempenho, afirmou.
“O que concluímos é que existiram alguns atrasos e algumas supressões de carruagens. Verificámos que a linha de Cascais foi a que apresentou mais atrasos, mas a de Sintra foi a que viu mais comboios suprimidos. Em 10 dias, Sintra viu 12 comboios suprimidos à hora de ponta”, disse.
A coordenadora do Gabinete de Apoio da Deco sublinhou que durante os 10 dias, as anomalias ou avarias das composições e problemas de infraestruturas foram as principais causas verificadas.
“Estas situações não podem continuar a ser meros constrangimentos na vida dos passageiros, que registam uma perda de cerca de 3.100 horas de tempo familiar e laboral, em todo o país, com larga incidência na Área Metropolitana de Lisboa”, declarou.
Ana Sofia Ferreira salientou também que entre 11 de fevereiro e 19 de setembro mais de 6.700 consumidores já se inscreveram na Plataforma www.queixasdostransportes.pt e assinaram a Carta dos Direitos dos Passageiros de Transporte Público Coletivo proposta pela associação.
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